Revista Encontro

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Coluna de Direção 6

Fábio Doyle
None - Foto: Divulgação

Novo Tiguan chega ao Brasil por BH

 

A Volkswagen escolheu Belo Horizonte e Inhotim – Instituto de Arte Contemporânea e Jardim Botânico, para o lançamento da nova geração do Tiguan, que chega ao mercado brasileiro seis meses após o lançamento na Europa. O SUV Tiguan, que em três anos e meio vendeu quase 700 mil unidades no mundo, passou por uma plástica de estilo, que o faz mais parecido com o Touareg, seu irmão maior. O Tiguan continua sendo o único SUV em sua categoria a oferecer duas diferentes versões: uma para uso on-road – ruas e estradas bem pavimentadas – e outra especialmente preparada para off-road – estradas e trilhas de terra. Para o Brasil, só estará disponível com tração integral permanente – 4Motion. Na Europa são sete os motores disponíveis (três a diesel e quatro a gasolina) para o novo Tiguan, mas aqui só teremos um: o 2.0 TSI com potência de 200 cv. O câmbio de embreagem dupla com sete marchas é opcional na Europa, mas para o Brasil ele só chega com o automático tiptronic de seis. Lá, todas as versões vêm com o sistema stop/start, que também não chega no Tiguan Brasil. Até o fechamento desta edição, o preço para o mercado local não havia sido definido em decorrência do recente aumento do IPI para importados, que o afetará.

Na Europa, o site da VW mostra o novo Tiguan com preços entre € 24.175 (R$ 60,4 mil) e € 35 mil (R$ 87 mil).

 

Na gaveta

 

Com o crescimento das vendas de carros importados de luxo, a Porsche estava decidida a abrir mais duas concessionárias autorizadas no país: uma em Belo Horizonte, outra em Brasília. Agora, com as novas restrições do IPI, o plano voltou para a gaveta.


Esperança Cruze

 

Os saudosistas do Opala e da marca Chevrolet têm esperança de que agora, com o lançamento do Cruze – o novo substituto do Vectra –, a General Motors do Brasil volte a fazer carros razoáveis no país. Desde que tirou de linha o Vectra primeira geração (um excelente Opel puro-sangue) e o substituiu pela segunda geração (uma improvisação mal feita sobre a plataforma do Astra), os carros da marca produzidos no Brasil, sem exceção, só servem para lembrar que a montadora continua achando que o consumidor brasileiro é desinformado. O mesmo não é verdade para os importados Captiva e Malibu. O Cruze, que tem agradado a quem teve acesso à novidade, mostra que essa mentalidade pode estar mudando. A conferir.

 

 

 

March

 

A Nissan entra na disputa do mercado brasileiro de compactos a partir deste mês com o March, com 3,78 m de comprimento e entre-eixo de 2,45 m. O modelo oferece airbag duplo como item de série. É equipado com motor bicombustível 1.0 16V (desenvolvido pela Aliança Renault-Nissan), com potência de 74 cv. Em novembro, o compacto japonês passa a oferecer também motor 1.6 16V, com potência de 111 cv. Os preços sugeridos ficam entre R$ 27.790 e R$ 39.990, dependendo da motorização e acabamento.

 

 

 

Enquete elétrica

 

Os carros elétricos estão tendo cada vez mais aceitação em todo o mundo: 92% dos indianos, 88% dos chineses e 85% dos italianos afirmaram que estão dispostos a comprar um carro elétrico nos próximos cinco anos. A disposição é um pouco menor entre os alemães (57%) e os norte-americanos. Estas são as conclusões do primeiro estudo representativo internacional sobre a questão da eletromobilidade, apresentado pela TÜV Rheinland, um dos maiores grupos certificadores mundiais, presente em mais de 70 países, incluindo o Brasil, durante o 64º International Motor Show 2011, em Frankfurt, na Alemanha, que aconteceu de 15 a 25 de setembro.

 

 

 

Ford duas rodas

 

A Ford apresentou na Europa a bicicleta elétrica E-Bike Concept e anunciou que não tem planos de produzí-la, mas continua a estudar o conceito, junto com outras soluções futuras de mobilidade. O projeto foi desenvolvido pelo time de design Ford em parceria com a cyber-Wear, marca alemã que está por trás dos produtos da popular Lifestyle Collection.

O coração do seu design é o quadro de perfil trapezoidal. Construído em alumínio e carbono, ele combina resistência a um peso de apenas 2,5 kg. O sistema propulsor fica escondido no quadro, contribuindo para a sua aparência minimalista.

 

Banho de água fria

 

Em economia livre, a evolução acontece com o crescimento do mercado e da concorrência. O recente aumento de IPI para alguns carros importados, da forma abrupta como aconteceu, só vai gerar acomodação e lentidão da evolução dos automóveis produzidos no país. O primeiro resultado é a redução da concorrência, que terá como consequência imediata o aumento de preços e falta de motivação das montadoras em continuar investindo em novas tecnologias e em soluções para redução de custos.

 

Fórceps não resolve

 

Investimentos não chegam à base de fórceps; por meio de medidas protecionistas. Eles são decididos quando há credibilidade no país, em seus governantes e na seriedade da política de desenvolvimento. Foi após a abertura das importações, e sem a necessidade de medidas restritivas de reserva de mercado, que o Brasil ampliou seu horizonte automotivo para além das quatro marcas que monopolizavam o mercado e se tornou um dos países com o maior número de montadoras em operação.

 

Chineses em dúvida

 

Não foi preciso elevar a alíquota do IPI de importados para que marcas chinesas, coreanas e japonesas decidissem investir no país com unidades industriais. O discurso governista é o de que a medida tem por objetivo acelerar investimentos; a decisão é, na verdade, a vitória dos que não querem a concorrência.

 

Incoerência

 

“O protecionismo e todas as formas de manipulação comercial devem ser combatidos, pois conferem maior competitividade de maneira espúria e fraudulenta”. Frase no discurso de Dilma Rouseff na ONU. Fica difícil até acreditar que ela disse isso, quando, poucos dias antes, deu seu aval à elevação do IPI para carros importados como arma de proteção à indústria “nacional”.

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