Revista Encontro

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Retratos da Cidade 6

Simone Dutra
None - Foto: Eugênio Gurgel, Maíra Vieira, Glênio Campregher

Dançando na fábrica

 

Há dois anos, pés-de-valsa e pés-de-chumbo se deixam embalar por ritmos dançantes em um grande salão onde antes se tingiam tecidos. Trata-se daquelas boas iniciativas de transformar antigas fábricas em centros culturais. No caso, o velho edifício da Companhia Industrial Bello Horizonte (CIBH), erguido em 1906, e que trocou de mãos 24 anos depois e tornou-se conhecida pelos cidadãos como 104 Tecidos. Ao longo dos anos, o prédio localizado na avenida dos Andradas, 104, no centro, passou por várias intervenções e acabou se descaracterizando. Na planta original, a chaminé ficava do lado de fora do imóvel e de frente para a fachada. “Temos um projeto de restauração para resgatar a frente do local. Vamos instalar paredes de vidro para que as pessoas possam ver a chaminé e como era a fachada da fábrica”, diz Inês Rabelo, coordenadora do espaço. Mutável e multiuso, o espaço é ao mesmo tempo café, cinema, galeria e salão de dança.

A temporada de dança começa no ano que vem.

 

 

 

Memória da cidade

 

Arquivos públicos municipais são, para a cidade, como a parte do cérebro responsável pela memória. Lá estão armazenados – e constantemente abastecidos – os principais fatos da vida local. O de Belo Horizonte foi criado há duas décadas, e entre milhões de informações, Encontro destaca os documentos que integram o conjunto da Comissão Construtora da Nova Capital de Minas. A pasta reúne plantas e projetos de casas, os primeiros mapas do então novíssimo município, dados contábeis e fundiários entre os anos de 1894 e 1898. São 150 mil documentos e 250 mil fotos, entre negativos e já reveladas. “Se enfileirarmos tudo, teremos 1 quilomêtro de extensão”, diz Raphael Rajão, historiador da instituição. O Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte fica na rua Itambé, 277, na Floresta. Para quem não quer sair de casa, o site www.pbh.gov.br/cultura/arquivo oferece parte do acervo.

 

 

 

Inhotim na praça

 

Os dois prédios que abrigavam a Secretaria Estadual de Cultura na Praça da Liberdade sediarão o Inhotim Escola. Para a população, será a oportunidade de conhecer por dentro as belas construções do Palacete Dantas e do Solar Narbona, e visitar exposições de arte contemporânea, mostras de cinema, videoinstalações, apresentações de música, teatro e dança. O espaço também contará com área de convivência, café, loja, praça e auditório. Funcionarão por lá ainda oficinas, cursos de arte e projetos para preservação do meio ambiente. “Esses temas são importantes para a promoção da educação e cidadania. Faremos mais um local de transformação”, diz Bernardo Paz, presidente do conselho administrativo do Instituto Inhotim.

A ocupação dos prédios será mais um passo para a consolidação do Circuito Cultural Praça da Liberdade.

 

 

 

Cinquenta anos de PIC

 

Há cinco décadas surgiu em Belo Horizonte um clube que queria ser diferente dos outros, tanto em tamanho quanto em ousadia. O Pampulha Iate Clube (PIC), criado para reunir a alta sociedade belo-horizontina, ocupa 300 metros da orla da avenida Otacílio Negrão de Lima, em um total de 44 mil metros quadrados de área. Na época, a imprensa o elegeu o maior e mais luxuoso clube de Minas. Com projeto de Oscar Niemayer, jardins de Roberto Burle Marx e quadros de Cândido Portinari, o PIC possui 12 quadras de tênis e 6 piscinas, uma delas semiolímpica aquecida com toboágua. Hoje, é famoso por ter uma das melhores festas de Réveillon da cidade. E este ano a virada terá uma atração especial: completará o ciclo de comemorações do cinquentenário ao som da banda Skank. “Tenho a honra e o privilégio de estar dirigindo o PIC neste momento festivo e de enorme representatividade”, afirma o presidente do clube, Edison Simão.

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