Fim de ano é sinônimo de férias e de muita diversão. Mas antes de pegar a estrada, o ideal é realizar uma boa revisão no carro, especialmente em períodos chuvosos como dezembro e janeiro. Pneu careca, por exemplo, nem pensar. Além de ser infração grave e gerar multa de R$ 127, é risco certo de acidente. Itens fundamentais para a segurança do motorista, os pneus influenciam diretamente na estabilidade e frenagem do automóvel. Por isso, antes de arrumar as bagagens é importante checar as condições dos pneus e se preocupar também com o alinhamento e balanceamento. E não se esqueça: estepe, macaco e chave de roda devem estar sempre à mão.
Na chuva, o cuidado precisa ser ainda maior. Ao entrar em contato com a lâmina de água acima do asfalto, os pneus em mal estado de conservação sofrem a chamada aquaplanagem e fatalmente deslizam.
O balanceamento das rodas e o alinhamento da direção também melhoram o desempenho. A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) recomenda que estes processos sejam realizados a cada 10 mil quilômetros rodados, ou quando surgirem vibrações e desgastes irregulares. “Desta forma o peso do veículo é distribuído proporcionalmente nas quatro rodas, evitando que a direção fique instável”, explica Giovanni Carlo Rossi, consultor técnico da ANIP. A partir daí a borracha perde a flexibilidade, surgindo rachaduras. Outra dica é respeitar a capacidade máxima de pressão ao encher o pneu, seguindo sempre a orientação do fabricante. Isso diminui consideravelmente a distância de frenagem do veículo em caso de paradas emergenciais.
Na hora de trocar o pneu, o ideal é manter as medidas originais de fábrica. A instalação de pneus maiores, por exemplo, prática muito utilizada em carros esportivos, aumenta o consumo de combustível, compromete a durabilidade do produto e prejudica a suspensão do veículo. E é bom não economizar quando o assunto for segurança, já que preço baixo nem sempre é sinônimo de bons negócios. Pneus recauchutados e remold representam 40% de economia; por outro lado, sua durabilidade cai pela metade. “Um pneu destes é simplesmente um produto usado do qual não sabemos a procedência, por isso não indico o seu uso”, enfatiza Flávio Greco, gerente da Minas Pneus.
Flávio Greco, da Minas Pneus: “Recauchutados e remold são produtos usados e sem garantia de procedência” |
O uso de modelos chineses que são vendidos a preços mais baixos no mercado brasileiro também gera controvérsias. Alguns especialistas, como o próprio Flávio Greco, não recomendam: “Além de serem confeccionados com material de qualidade inferior aos fabricados no Brasil, são mais indicados para lugares frios, porque sofrem mais desgaste e duram menos em países tropicais”, afirma. Outros já não veem tantas restrições.
Para que os pneus tenham maior durabilidade, o rodízio deve ser feito a cada 10 mil quilômetros rodados, o que faz com que o desgaste seja proporcional em todos eles e sua vida útil chegue a 40 mil quilômetros em carros de passeio. Na troca de um ou dois pneus somente, o ideal é manter sempre os que estejam em melhor estado de conservação na traseira, local em que o motorista tem menor controle sobre a máquina. Em casos de dúvidas, o recomendável é seguir as instruções do fabricante, que detalham as medidas, a velocidade máxima permitida, a capacidade de carga, para que tipo de terreno é adequado e sua data de validade.
E, claro, não adianta equipar o carro com pneus novos e ter um sistema de freios precário, já que um depende do outro. Por isso, pastilhas e lonas devem estar sempre em boas condições de uso. Uma dica é a adoção do freio ABS, dispositivo que evita que o freio trave e possibilita o desvio rápido de qualquer obstáculo. “Itens de segurança como pneus, freios ABS, airbag e cinto de segurança devem ser sempre priorizados”, ressalta Ricardo Dilsen, assessor técnico da Fiat. E alerta: para evitar imprevistos, a palavra chave é manutenção.
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