Revista Encontro

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Vida digital 3

Heitor Oliveira
None - Foto: João Carlos Amaral, Divulgação

Cinema 2,5D

 

O que aconteceu com a tecnologia 3D? Há dois anos, na esteira do retumbante sucesso do filme Avatar, todos apostavam que ela seria a salvação da indústria do cinema, dos games e de TVs. Hoje, ninguém retira a aposta, mas também não a aumenta. A verdade é que a terceira dimensão está demorando a emplacar. Os computadores, TVs, câmeras filmadoras e celulares com a tecnologia ainda são muito caros – o suficiente para não seduzirem os consumidores em massa. Filmes pensados, filmados e exibidos em duas dimensões foram impensadamente ‘migrados’ para o 3D, o que comprometeu a qualidade final. Wally Pfister, fotógrafo de vários arrasa-quarteirões de Hollywood (incluindo a última trama de Batman), chegou a dizer que o 3D “pode ser só uma fase do cinema e acabar em pouco tempo”. Bem, aí ele pode ter exagerado. O próximo ano será vital para dar as respostas.

A indústria aposta no novo Homem Aranha e em Hobbit, da saga -. Os exibidores também não jogam a toalha. “As gerações mais novas já se acostumaram à tecnologia e, muitas vezes, só assistem ao filme se for em três dimensões”, diz Lucio Otoni (foto), gerente geral da cadeia de exibição Cineart e diretor do Sindicato das Empresas Exibidoras de BH, Betim e Contagem. “Além disso, o custo de produção cai rapidamente, o que aumentará o número de lançamentos”, diz.

 

 

 

Helicóptero 100% brazuca

 

A Helibrás, única fabricante de helicópteros da América Latina e com fábrica em Itajubá, no sudoeste mineiro, tem um antigo sonho. Desde 1978, quando foi criada, seus executivos acalentam a ideia de criar um modelo 100% nacional, desde o projeto até a fabricação. Isso envolve principalmente contar com mão de obra especializada em número maior – para isso, fez convênios com o ITA, a USP e a Universidade Federal de Itajubá. Agora, a empresa quer fazer do sonho uma realidade e já criou uma área especialmente voltada à inovação. O mineiro, de Belo Horizonte, Vitor Afonso Coutinho, formado na UFMG e na Helibrás desde 1982, chefia a nova diretoria. E já vai avisando: “O helicóptero 100% brasileiro não é sonho; é decisão”. Não que isso ocorra do dia para a noite, como lembra o próprio Coutinho: “Estamos partindo do zero, criando uma nova equipe”, afirma. Um primeiro desafio é aumentar o conteúdo nacional agregado à nova linha de aeronaves militares (sobretudo o EC725, foto), hoje em menos de 10% para pelo menos 50%. Já foram fechados contratos com 11 empresas brasileiras, para fornecimento de componentes. O efetivo de engenheiros de projetos saltou de nove para mais de 50 em apenas dois anos.

“Não é tão rápido quanto gostaríamos, mas é certo que teremos o helicóptero com tecnologia brasileira”, garante o diretor de Inovação. Ou, falando de outra forma, o helicóptero com tecnologia mineira.

 

Curtas

 

 
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