Revista Encontro

None

O mundo em transformação

André Lamounier

Há um pedaço do Brasil que vem mudando com incrível velocidade.

Ele poderá ser visto e analisado aqui, nesta edição. As transformações ocorridas no mundo da estética e da beleza ao longo dos últimos anos não podem ser ignoradas ou subestimadas. Estão mudando a face e também o comportamento da sociedade moderna. Que mulher já não fez ou pensou em fazer algum tipo de cirurgia estética ou uma simples aplicação de botox? Mas o arrepiante episódio envolvendo adulterações no silicone de um fabricante francês, implantado para projetar seios de milhares de brasileiras, provocou assombro e medo. Como fazer com a segurança?

 

A marca francesa PIP era, até então, tida como de elevado padrão de qualidade. Afinal, era francesa e, em matéria de prótese de silicone, os franceses eram referência mundial. Mas a prótese era uma fraude e esse caso serviu como um alerta: nesse mundo de novidades e tentações no campo da estética, é preciso estar bem informado para realizar procedimentos com segurança.

Quanto mais a paciente se informar sobre a origem do produto que vai receber e sobre a história pregressa de seus médicos, maior segurança terá.

 

Por tudo isso, Encontro foi extremamente cautelosa com a matéria de capa desta edição, sabedora da responsabilidade social que tem. Ouvimos diversos médicos (da medicina estética, cirurgia plástica, dermatologia, neurologia e oftalmologia – especialidades que, de alguma forma, fazem uso da toxina botulínica). Checamos e confirmamos as informações a respeito da médica Jandira Mourão. Ouvimos representantes da indústria. Conversamos com a médica diversas vezes. A cada nova informação obtida no mercado, as confrontávamos com as opinões dela. Depois de tudo feito com muito zelo, num trabalho de reportagem dedicado, liderado pela jornalista Carol Godoi, sentimo-nos confortáveis para afirmar que a dra. Jandira é, realmente, um fenômeno, e lhe atribuímos a capa.

 

Outro pedaço do país que muda rápido está estampado na matéria que mostra a força das redes sociais que, quando amparadas em sentimentos legítimos da sociedade, podem ter a força revolucionária de detonar ditadores, como aconteceu no Egito, de Hosni Mubarak, e na Líbia, de Kadafi. Guardadas as proporções, foi um lampejo disso que aconteceu recentemente em Belo Horizonte, na questão envolvendo o aumento do salários dos vereadores da cidade. Valendo-se de artefatos digitais, como o telefone celular com conexão à internet, jovens propagaram campanhas e palavras de ordem contra o aumento.

 

Nos últimos dois meses (dezembro e janeiro), frases e fotos transmitidas pelo Twitter e pelo Facebook, e seus vídeos, colocados no YouTube, ajudaram a inflar o movimento que contribuiu para um ato político importante e simbólico: o veto dado pelo prefeito da capital, Marcio Lacerda, a esse aumento. Foi uma vitória desses “cyberguerreiros” que catapultaram, por meio das redes sociais, o “NÃO” que estava engasgado nos cidadãos belo-horizontinos.

 

Isso tudo só foi possível porque em nenhum outro país do mundo as redes sociais têm alcance tão grande quanto no Brasil, cuja audiência mensal, somando Twitter e Facebook, beira os 50 milhões de pessoas. Em outras palavras, nada menos que oito em cada 10 brasileiros conectados na internet têm seu perfil estampado em algum site de relacionamento.Trata-se de um multidão de gente que, se organizada, tem a força de um exército. É isso o que mostra a matéria de autoria de Dani Hostálacio, dona de um texto claro e refinado – que dá gosto de ler –, e João Paulo, um “ás” quando se trata de apurar e desvendar os meandros da internet.

Juntos, Carol, Dani e João formam um pedaço do exército de guerreiros reais de Encontro, revista que se esforça com incrível velocidade para acompanhar, a cada edição, as transformações de nossa sociedade.

.