Revista Encontro

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Pronto para o espetáculo

João Paulo Martins
None - Foto: João Carlos Martins, Gil Leonardi/Secom-MG, Renato Weil/EM/D.A Press, Eugênio Gurgel, Lia Priscila/divulgação, Saulo Cruz/divulgação, Divulgação
O novo Independência aumentou sua capacidade para mais de 23 mil torcedores: preparado também para receber grandes shows internacionais
 

 

O primeiro grande estádio de Belo Horizonte, Raimundo Sampaio, mais conhecido como Independência, palco de glórias, decepções e algumas surpresas, como a derrota da Inglaterra na Copa do Mundo de 1950 (veja box), depois de dois anos e meio em obras e alguns atrasos, foi reinaugurado no dia 26 de abril, no jogo amistoso entre América-MG e Argentinos Juniors (da Argentina).

 

O jogo, que terminou com a vitória do Coelho por 2 a 1 foi, na verdade, apenas um coadjuvante, já que todos as atenções estavam voltadas para a nova estrutura do gigante do Horto. Com investimento de R$ 150 milhões do governo de Minas Gerais, a principal mudança no estádio, além de seu novo visual, foi a ampliação da capacidade, que passou de 10 mil para 23,8 mil lugares. “Nosso governo está entregando o primeiro novo estádio brasileiro totalmente dentro dos padrões da Fifa. Cumprimos aquela determinação feita há alguns anos pelo então governador Aécio, no sentido de oferecer a Belo Horizonte, a Minas Gerais e aos clubes mineiros uma casa moderna", disse o governador Antonio Anastasia durante a cerimônia de reinauguração. Ele ainda afirmou que a reabertura do Mineirão, no fim do ano, cumprirá integralmente os compromissos com as Copas do Mundo e das Confederações.

 

 

 

Outra mudança diz respeito à administração. O Independência, que ainda é de propriedade do América, foi cedido ao governo de Minas por 28 anos, e este tem como missão fiscalizar a atuação da empresa vencedora da licitação, a BWA Administração de Arenas, que irá administrá-lo pelo período de 10 anos. Para realizar jogos no estádio, América e Atlético fizeram contrato comercial com a BWA e receberão 45% da venda de ingressos. O Cruzeiro, que demora a tomar uma decisão sobre o uso do local, também deve fechar negócio com a administradora e levar seus jogos para o Horto.

 

Para garantir a segurança dos torcedores, foi instalado um moderno sistema de monitoramento, com câmeras capazes de rastrear e localizar um princípio de tumulto ou mesmo um indivíduo que esteja gerando desordem.

Além disso, a arena conta com a figura do steward (mordomo, em inglês), na proporção de um para cada 100 torcedores. “Ele vai direcionar o público para a cadeira correta. E caso haja algum problema, os stewards são os primeiros a tentar solucioná-lo. A polícia, no Independência, tem a função apenas de vigilância. As ações que forem necessárias, para casos de baderna, por exemplo, estão a cargo de uma empresa de segurança terceirizada”, explica Bruno Balsimelli, sócio-diretor da BWA. Só que esse serviço VIP gera um custo maior para os clubes. Antes, pagava-se até R$ 5 mil por partida ao governo do estado. Agora, o custo pode chegar a R$ 90 mil.

 

 

 

Mas, para Bruno Balsimelli, gastos como esses se justificam quando se leva em conta a tecnologia e conforto: “De acordo com as normas da Fifa, o Independência é a primeira arena adequada a receber evento internacional em Minas.”. O diretor da BWA avisa ainda que no dia 1º de julho a arena receberá uma novidade que a deixará em primeiro lugar entre os estádios da América Latina. “Não vou dizer o que é agora, mas vocês vão ficar muito felizes na sua estreia”, diz.
Deixando de lado os mistérios, o que se sabe é que o estádio está apto a receber grandes eventos esportivos e culturais, especialmente shows. A BWA adiantou que já estuda uma proposta de trazer lutas de UFC (Ultimate Fight Combat) para o local. Este é um esporte que está em destaque na atualidade, tanto no Brasil quanto no mundo.

 

O governador Antonio Anastasia entrega a chave simbólica do novo estádio ao sócio-diretor da BWA, Bruno Balsimelli (esquerda), na cerimônia do dia 25 de abril
 

 

O público pode aguardar também a chegada de grandes artistas internacionais, que sempre deixaram de lado a capital mineira quando se apresentaram em cidades fora do eixo Rio-São Paulo, por exemplo, Paul McCartney, que fez show em Recife (PE). “Esperamos que o Independência seja um símbolo para todo o Brasil de um estádio moderno, que possa acolher espetáculos cujos objetivos sejam a confraternização e o entretenimento, tudo em um ambiente de muita paz”, diz Antonio Baltazar, presidente do Conselho Deliberativo do América.

 

Apesar das melhorias no gramado, nos vestiários e no placar eletrônico, um ponto que está dando o que falar são os guarda-corpos, feitos com grades de ferro, instalados nas arquibancadas superiores e que obstruem a visão de pelo menos seis mil torcedores.

Muitos convidados do jogo de reinauguração fizeram o teste, sentando nesses lugares e percebendo que a parte mais grossa do guarda-corpo fica na altura dos olhos, impedindo a visão do jogo. Segundo a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo, a concessionária BWA tem até 6 de junho para apresentar projeto de correção do problema, que mantenha a segurança e possibilite a visibilidade do evento.

 

EVOLUÇÃO DA OBRA

 

Passo a passo de como o antigo estádio do Independência se transformou numa arena moderna e com o dobro da capacidade de público 

 
 
 
 
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