Revista Encontro

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Rumo ao topo

Guilherme Torres
None - Foto: Jomar Bragança, Leandro Fonseca Neto, EugĂȘnio Gurgel, Light Press

LARGA E RESISTENTE

 

A madeira que reveste os degraus é composta por dormentes de um trilho de antiga estação de trem. O arquiteto David Guerra optou por não usar o guarda-corpo, preservando a ideia de ser uma escada leve e flutuante. Para dar mais segurança, os degraus possuem 30 cm de largura por 1,20 m de comprimento, e 12 cm de altura entre um e outro. Além disso, a escada foi chumbada numa viga, o que garante total ausência de trepidação. “Ela se torna uma escultura, junto da parede de tijolos antigos, debruçada sob uma área de reserva ecológica”.

 

 

Quando se fala na casa dos sonhos, espaçosa e confortável, um dos itens que permite bom exercício de criatividade é o desenho da escada que vai compor o ambiente. É ela também que traz diversas dúvidas: qual o melhor formato? Que material usar? Quantos patamares? Com ou sem corrimão? A salvação é que, para tantas dúvidas, existe uma infinidade de boas possibilidades, com dezenas de formatos.

 

De madeira, metal, pedra, vidro; vai das retas tradicionais, em forma de L ou U, passando pelas que têm formato caracol; ou, ainda, as que ganham função extra, como buquê, adega, lareira e outros. A ideia é que esse detalhe contribua para ser um elemento decorativo, arrojado e escultórico, sem criar problemas de circulação ou cantos sem uso.

 

Para o arquiteto David Guerra, uma escada tem várias funções: a primeira e mais importante é a de conduzir, ser transporte em formato de uma circulação vertical, e para isso precisa seguir regras, ter um piso confortável, passar segurança e ter estabilidade: “A escada é um elemento escultórico, uma das vedetes da obra, e que requer atenção especial, pois precisa ser bonita e funcional”, diz. Guerra explica que os grandes problemas são o guarda-corpo e o corrimão.

“Escada bonita é sem guarda-corpo”, diz.

 

A dica para se ter uma bela escada começa pelo tamanho, e até existe uma fórmula matemática para isso. Não pode ser muito estreita, no mínino 1,20 m de largura para os degraus de prédios, e, em casa, o ideal é a partir de 90 cm. Ele explica, ainda, que toda escada precisa ter uma ‘folga’. A partir de 4m de altura, o ideal é que ganhem um patamar; até 3m, é possível fazer uma escada de um lance somente.

 

O arquiteto Bernardo Farkasvölgyi endossa a função do equipamento no ambiente: “As escadas, de uma maneira geral, são importantes soluções arquitetônicas para possibilitar o deslocamento, podendo, além disso, ser peças que exprimem a criatividade do arquiteto”.

 

Já para Adriana Machado, arquiteta e decoradora, tirar partido da escada como elemento estético é muito importante, “sem deixar de lado a proposta de usá-la para minimizar os desníveis e promover uma interação com o projeto arquitetônico proposto, sendo capaz de valorizar ainda mais o trabalho final”. Para dar mais leveza às escadas, a arquiteta sugere, ainda, o uso de guarda-corpo em vidro, dando-lhe transparência, principalmente quando fixado sem ferragens, apenas encaixado na estrutura metálica da escada.

 

MODERNA E INDISCRETA

 

A escada reta em “L” tem viga central retangular e suportes dos degraus em quadros tubulares com pintura automotiva. Os degraus “indiscretos” em vidros laminados são mais indicados para ambientes íntimos; lugares públicos ou de grande circulação pedem outro material, ou que o vão abaixo da escada ganhe uma função. Os corrimãos em tubos de aço são em inox polido.

 

MAIS QUE FUNCIONAL

 

A escada na sala desta casa se destaca em meio a um jardim interno. O espaço vago embaixo ganhou belo espelho d'água com carpas. O revestimento é todo em mármore branco piguês e tem guarda-corpo em vidro laminado e temperado. “Toda escada principal deve ter um bom acesso e também um desenho diferenciado para dar destaque. Desenho para que ela seja sempre o ponto central e marcante da casa”, diz a arquiteta Andrea Buratto.

 

ESCADA DOIS EM UM

 

A leveza da escada é proporcionada por degraus estruturados em aço e chumbados na parede lateral, um a um. A estrutura do arquiteto Fred Mafra é toda revestida em mármore piguês. Os degraus possuem comprimentos diferentes, e dois deles são alongados e se tornam um aparador.

Eles também são balizados por LEDs de embutir na alvenaria, na cor azul. “Procuro sempre dar um valor escultórico às escadas”, diz Mafra.

 

DESTAQUE DA CASA

 

A escada desta residência foi pensada para ser um dos destaques da casa. A estrutura com viga central e o tirante em aço inox, que une todos os quatro patamares, possibilitou a leveza do produto final com os pontos de observação e descanso necessários para uma escada de muitos degraus. O revestimento em mármore champanhe veiado dos pisos e espelhos conferiu nobreza à estrutura que tem delicado, porém rígido, guarda-corpo em aço inox espelhado. O projeto é de István e Bernardo Farkasvölgyi, pai e filho, respectivamente, ambos arquitetos.

 

PEQUENA NOTÁVEL

 

A clássica escada em caracol é boa pedida para os pequenos espaços, e o diâmetro mínimo de 1,50m garante que os degraus não fiquem estreitos demais junto ao eixo. Apesar de não dispensar guarda-corpo e corrimão, o que a deixa mais segura, é possível dar elegância a ela. Confeccionada totalmente em aço inox escovado, esse modelo da Só Escadas tem guarda-corpo e corrimão em tubos cilíndricos. Os degraus são em pranchas de madeira cumaru.

 
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