Depois da onda do brigadeiro de colher e da moda dos cupcakes, agora é a vez de os macarons caírem no gosto dos mineiros. Cada vez mais, os doces redondinhos, coloridos e superdelicados – muito comuns em pâtisseries francesas – têm aparecido em lanches, sobremesas e eventos em BH. Inicialmente vistos compondo mesas de guloseimas em festas de casamento, eles têm ganhado adeptos e já podem ser encontrados em alguns bistrôs, padarias finas, confeitarias e até supermercados da cidade.
Letícia Pimenta, do bufê J’Adore, conta que os macarons têm feito muito sucesso nas festas de casamento de BH: “As mesas de doces são uma atração à parte” |
A rede de supermercados Super Nosso começou a vender seis sabores no início de agosto. “Fizemos uma revisão do mix da padaria e da confeitaria e decidimos incluir o produto”, conta o supervisor de gastronomia Fernando Mendonça, que afirma ter priorizado as variedades clássicas do macaron, como pistache, baunilha, chocolate e framboesa, sem deixar o gostinho brasileiro de lado, com o sabor maracujá. “É importante também adaptá-lo ao gosto local”, diz.
O sucesso do docinho também foi percebido pela confeitaria Pão de Bel, que produz macarons há um ano e meio. Segundo a proprietária, Isabel Pacheco, a procura passou a aumentar nos últimos 12 meses e o crescimento da demanda no período foi de mais de 50%. “As pessoas começaram a conhecer o macaron em São Paulo, onde as novidades chegam primeiro no país; depois, em festas de casamento, onde tem sido muito usado; e logo passaram a buscá-lo em lojas, ainda que não existam tantas vendendo o produto na cidade”, diz ela, que faz 300 unidades por semana, para encomendas e vendas na confeitaria.
Isabel explica que a guloseima – popularizada na França e elevada a objeto de desejo com as versões chiquérrimas oferecidas por famosas confeitarias parisienses, como Ladurée e Pierre Hermé – lembra o nosso suspiro, mas é mais trabalhoso e mais caro. A farinha de amêndoas, principal ingrediente da receita (que ainda leva clara de ovo e açúcar), não é um produto barato, e os recheios costumam ser finos, a exemplo do pistache, chocolates importados ou versões trufadas, o que ajuda a subir o preço.
O Super Nosso começou a vender macarons em agosto: sabores clássicos, mas sem deixar de fora opções como o maracujá, para adaptar o docinho ao gosto brasileiro |
A proprietária da Casa Bonomi, Paula Bonomi, que já produz macarons há mais de cinco anos, engrossa o coro: “A qualidade do ingrediente é muito importante no macaron. Se você usar essência de pistache em vez da própria semente, ou essência de morango no lugar de geleia de frutas vermelhas, isso faz a diferença”, afirma ela, ressaltando, ainda, que esse é um doce feito manualmente e com uma receita muito precisa, o que faz dele, além de tudo, trabalhoso. “Confeitaria é química. Por alguns segundos a mais ou a menos, vai dar errado”, diz a proprietária da padaria, que oferece o doce nas versões chocolate, amêndoas, pistache, nozes, frutas vermelhas, maracujá e amora.
Na Casa Bonomi, uma opção é saborear o docinho em seu habitat: o chá da tarde fica ainda mais charmoso |
Mas o preço não tem impedido noivos e noivas de colorir suas festas com o confeito. Os macarons aparecem em mesas de doce, de café da manhã e até como substitutos dos tradicionais bem-casados (sanduichinhos de pão de ló com doce de leite ou outros recheios). Os coloridos doces, em sabores como frutas vermelhas, pistache, Nutella, coco, maracujá e champanhe, ajudam a embelezar e a compor os menus das festas, que devem ser apetitosos para a boca e para os olhos. “As mesas de doces têm sido uma atração à parte em eventos. Os macarons vêm para acrescentar na variedade e beleza dessa composição”, conta a proprietária do bufê J’Adore, Letícia Pimenta, que vende os produtos apenas por encomenda.
O Verdemar comercializa os doces desde 2006: no último ano e meio, a demanda cresceu 10 vezes e hoje são produzidos 600 quilos por mês |
Na França, o doce costuma ser consumido no chá da tarde das pâtisseries. Considerado um petit four, ele pode ainda acompanhar o café após as refeições ou fazer as vezes da sobremesa. No Ah!Bon, que tem a receita desde que abriu, em 2003, o mais comum é pedirem o macaron sozinho como sobremesa, mas os clientes mais ousados o combinam com o sorvete da casa ou com algum outro item, para compor um prato com mais sabores e texturas. As opções incluem os clássicos nozes, chocolate e pistache, bem como variedades mais locais, a exemplo de cupuaçu, manga e banana.
Os macarons também são servidos de sobremesa, como os oferecidos no Ah!Bon: a combinação com sorvete compõe um prato ainda mais gostoso – e bonito |
Um dos locais que vendem o produto há mais tempo em BH, a rede de supermercados Verdemar tem visto a demanda crescer de forma vertiginosa nos últimos tempos.
Receita Fácil
Isabel Pacheco, da confeitaria Pão de Bel: ela sugere uma receita básica de macaron, em que o recheio fica à escolha do ‘mestre-cuca’ |
Ingredientes:
300 g de açúcar de confeiteiro
160 g de farinha de amêndoas
4 claras (deixar as claras em repouso por no mínimo 24 horas)
40 g de açúcar refinado
Anilina na cor correspondente ao sabor de recheio que escolher
Modo de fazer:
Misture a farinha de amêndoas e o açúcar
de confeiteiro. Reserve. Bata as claras. Depois que estiverem em neve, misture o açúcar refinado na batedeira em velocidade alta, até ficar bem firme (mais ou menos 15 minutos). Coloque aos poucos a mistura de farinha
de amêndoas e açúcar de confeiteiro e mexa delicadamente até ficar tudo incorporado.
Pré-aqueça o forno a 150 graus.