A hora do passeio é sagrada para os animais, mas com as temperaturas cada vez mais altas é preciso adotar algumas medidas de segurança para garantir a saúde e o bem-estar dos pets neste verão. O calor que incomoda tanto os humanos também faz muito mal aos bichos, que têm o agravante de transpirar apenas pela língua, focinho e coxins – almofadinhas das patas. Por isso, é grande o número de casos de hipertermia nesta época do ano, processo em que a temperatura corporal do animal pode ultrapassar os 42 graus.
Para evitar o problema, alguns sinais devem ser observados nos passeios diários. Os bichos com respiração ofegante, excesso de salivação, aumento dos batimentos cardíacos, cansaço e vômito apresentam, com certeza, um quadro de hipertermia. A doença é grave e pode provocar coagulação intravascular, parada cardíaca e edema pulmonar. Consequentemente, o risco de morte é grande. “Em dezembro atendi um cão que foi levado para passear ao meio-dia na orla da lagoa da Pampulha. Quando chegou à clínica, estava com 42,5 graus de temperatura e acabou tendo um edema pulmonar.
Além da hipertermia, os problemas respiratórios batem recorde de ocorrência no verão. O risco é ainda maior em raças de focinho curto, que têm mais dificuldade para respirar, e nos animais de pelo longo e espesso. Bichos idosos, doentes, obesos e com problemas respiratórios também fazem parte do grupo de risco. “Os sintomas mais comuns são tosse, falta de ar, cansaço e língua arroxeada. Usar aparelhos para umidificar o ambiente e até uma bacia de água pode ajudar o animal e facilitar sua respiração”, orienta a veterinária Andressa de Marco, da Clínica Veterinária Professor Israel.
Após passar noites em claro com a Lula, buldogue inglesa de 6 anos, a médica Alessandra Santo André tomou uma decisão: “Comprei um ar-condicionado e instalei no quarto. Foi a única forma de melhorar sua respiração” |
Mas, atenção: jamais coloque o animal na água fria quando ele estiver muito aquecido. Isto pode gerar a coagulação do sangue, levando-o à morte. A dica para que isso não ocorra é deixá-lo em ambiente fresco ou refrigerado com ventilador ou ar-condicionado. Após passar noites em claro com a Lula, buldogue inglesa de 6 anos, a médica Alessandra Santo André, de 38 anos, tomou uma decisão. “Comprei um ar-condicionado e instalei o aparelho no quarto. Foi a única forma de acabar com o sofrimento da Lula, que arfava o tempo todo com dificuldade para respirar.” Outro cão que sofre muito com o calor é o boxer. Assim, a estudante Lúria Moreira Gentil, de 19 anos, e sua família redobraram os cuidados com a Akira, de 1 ano e 3 meses. “Como ela está constantemente encalorada, sempre a refrescamos jogando alguns jatos de água.
Os cuidados com a estação mais quente do ano devem ser estendidos aos gatos. O primeiro sinal de que está na hora de ir para um local mais arejado ou frio ocorre quando os bichanos começam a respirar com a língua de fora e demonstram muito cansaço. Como eles adoram água corrente, a sugestão é ter pequenas fontes em casa. Outro problema recorrente no verão é a proliferação de pulgas, carrapatos e o aumento de picada de mosquitos, como o que transmite a leishmaniose. Para que o animal fique protegido, é indicado o uso de repelentes, coleiras específicas e a manutenção da higiene, com banho e tosa em dia. Os banhos podem ser realizados até duas vezes por semana. A alimentação deve ser balanceada com ração de qualidade, dando preferência para a compra de pacotes lacrados. Os produtos vendidos a granel são foco de fungos e bactérias que levam a graves problemas intestinais. A água fresca deve estar sempre à disposição do animal e, assim como nos seres humanos, o uso do protetor solar específico para os pets é indispensável para protegê-los do câncer de pele, especialmente em regiões como o nariz, focinho e orelha.
O que fazer para proteger o seu animal de estimação
Os passeios devem ser feitos antes das 9h e depois das 18h
Respeite o limite de cada animal, observando sempre o ritmo de sua respiração. Se estiver muito ofegante, é sinal de que precisa de descanso, além de água e sombra para se refrescar
Tenha sempre em mãos uma garrafa de água fresca para o seu pet
Evite passear em locais em que o piso é quente, como o asfalto.
as patas dos animais são muito sensíveis. O uso de sapatos pode protegê-las
Não deixe o animal em lugar pouco ventilado
Jamais mantenha o animal trancado dentro do carro. A desidratação é fatal
Use filtro solar específico para os pets, especialmente nas orelhas e focinho. Quanto mais claro o animal, maior é o risco de queimadura e de câncer de pele
Mantenha sempre a higiene do animal, com banho e tosa periódicos. Dessa forma, evita-se a proliferação de pulgas e carrapatos
Em caso de viagens com o seu bichinho no verão: se a viagem for longa, faça paradas periódicas para descanso e reidratação do animal. E evite o excesso de alimento. Outra opção é deixá-lo com algum responsável em casa ou escolher um bom hotelzinho
Se o destino for o litoral, faça uma visita antecipada ao veterinário para prevenir uma doença comum nestas regiões e que ataca o coração: a dirofilária
Mantenha o animal sempre com o corpo seco, sem umidade, para evitar a proliferação de fungos e bactérias
Não use focinheiras fechadas em seu cão. Opte por modelos arejados, que deixam o animal respirar com a boca aberta
Como refrescar seu animal
Banho de piscina é ideal. Mas cuidado com infecções no ouvido
O uso de ventilador circulando em baixa rotação (ou de ar-condicionado) próximo ao animal ajuda a afastar o calor
Aumentar o número de banhos é uma boa pedida – mas nunca quando o animal estiver com a temperatura alta. Antes, deixe-o descansar em local fresco
Colocar toalha úmida na cabeça e pescoço do cão diminui sua temperatura corporal
Raças que sofrem mais
Cães de focinho curto, como buldogue, pug, boxer, shih tzu, lhasa apso e boston, têm mais dificuldade para respirar
Cães de regiões frias, como husky siberiano, malamute do Alaska e bernese, sofrem mais com as altas temperaturas
Cães de pelo longo e espesso, como sky terrier, lhasa apso e shih tzu, naturalmente sentem mais calor
Cães com tendência a obesidade, como os labradores, dachshund, pequinês e golden retriever