As charmosas curvas da Pampulha ficam ainda mais atraentes em dias de verão. Apesar de a situação da água da represa estar longe do ideal (ver box), a presença das árvores e da lagoa ajuda a amenizar o calor da estação e, em companhia do conjunto arquitetônico, forma um cenário encantador que conta ainda com o Mineirão, o Mineirinho e o Parque Guanabara. Não é por acaso que a região é preferida por públicos diversos, como casais, esportistas e visitantes de perto e de longe. “A Pampulha é um patrimônio nacional. Foi por meio do trabalho desenvolvido aqui que Niemeyer (Oscar Niemeyer, falecido recentemente) conquistou a atenção de Kubistchek (Juscelino Kubistchek, ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente da República) e o posto de arquiteto de Brasília. Deveria ser obrigação de todo mundo visitar essa região”, diz Júlio César Cruz de Oliveira, de 55 anos, funcionário público e professor universitário da Paraíba, que resistiu à ameaça da chuva típica da época e aproveitou a primeira passagem por Minas Gerais para conhecer o local. Em companhia do filho e da esposa, ele partiu de João Pessoa, passou pelas cidades históricas mineiras e encerrou o tour na capital. “Estamos encantados com a beleza da cidade, que não é muito divulgada no nosso país”, afirma a esposa, Iaponira Cortês Costa.
Leonardo Nunes Melgaço e Mônica Gelmini circulam sempre pela região, mas preferem voltar aos fins de semana para desfrutar da lagoa com os filhos Vitor, de 3, e Júlia, de 5 anos |
Já a família de Leonardo Nunes Melgaço tem de se esforçar bem menos para chegar à Pampulha, mas nem por isso demonstra menos animação ao circular pela orla.
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Os amantes de esportes também têm na lagoa da Pampulha uma referência. “A orla é o trajeto oficial de provas de diferentes modalidades, então muita gente vem para cá para treinar”, conta Thiago Costa Nogueira, preparador físico que coordena, junto com Rafael Jorge, uma equipe de corrida que migra, aos domingos, do bairro Cidade Nova para a Pampulha. Segundo ele, o percurso é ideal para a prática da atividade por ser plano, com pista com boa largura e trânsito leve. “Fora a paisagem, que é top! É uma forma de relaxar enquanto nos exercitamos”, comenta Thiago, que providencia semanalmente um lanche saudável, com frutas e suco, para receber os atletas do time e seus familiares.
Eduardo Nonato Gomes, de 24 anos, frequenta a lagoa de patins nos fins de semana e de bike às segundas e quartas-feiras: “A Pampulha serve bem a todas as modalidades” |
Patinador nos fins de semana, Eduardo Nonato Gomes também faz parte da turma de ciclistas que enfeitam a orla diariamente, quase durante todo o dia. “Às segundas e quartas-feiras à noite há cerca de 60, 70 pessoas que partem da praça da igrejinha para circular a lagoa de bike. Mas gosto de voltar aos domingos para aproveitar e dar um passeio de patins e ganhar condicionamento físico. A Pampulha, na verdade, serve bem a todas as modalidades de esportes”, conta.
Nem o tempo fechado fez com que a família paraibana desistisse de conhecer a lagoa e a Igreja de São Francisco: “Deveria ser obrigação de todo brasileiro visitar essa região”, diz o pai, Júlio César de Oliveira, com a esposa, Iaponira, e filho, também Júlio César |
Vai ficar melhor
Não é de hoje que se fala em recuperar a lagoa da Pampulha. Desde a década de 1990, a represa passa por recorrentes obras de revitalização sem que haja uma solução definitiva. |