Revista Encontro

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Violência urbana

Bertha Maakaroun
None - Foto: Samuel Gê; Gladyston Rodrigues/EM; Cláudio Cunha; Beto Novaes/EM

Nascida em BH, a cineasta Juliana Reis, de 49 anos, estreou este mês a produção independente Disparos. Muito bem recebido pela crítica, o longa-metragem custou R$ 1,3 milhão e teve dois grandes patrocinadores: a Oi Futuro e uma engarrafadora de refrigerantes. Baseado em fato real – o assalto, em 2008, a um fotógrafo no Rio de Janeiro, quando produzia durante a madrugada um guia gay –, o filme faz uma discussão profunda sobre a violência urbana. “Nesse contexto, ninguém é vítima. A barbárie não tem endereço”, considera Juliana Reis ao comentar a violência invisível, destilada ao longo do filme em todas as relações das personagens que compõem a trama, colocando por terra os conceitos de vilões e mocinhos.

 

 
 

De olho no ponto

 

O secretário geral da Câmara Municipal de Belo Horizonte CMBH), Leonardo Mattos (PV) inicia o mandato anunciando mudanças no regimento interno da Casa e muito rigor no acompanhamento das presenças não só em plenário, mas, sobretudo, nas comissões temáticas, onde as coisas realmente acontecem. “A Câmara está defasada, em descompasso com a cidade”, afirma ele, em referência ao fato de o plenário se reunir apenas nos 10 primeiros dias úteis do mês. “A segunda metade do mês passa e a Câmara está muda. Depois, fica julho sem conversar”, considera.

Haverá mais mudanças. “Tem muito vereador que enfraquece a Casa porque não comparece às comissões. Vou cortar o ponto de faltosos”, avisa. Os vereadores de BH ganham R$ 12,4 mil e têm R$ 15 mil de verba indenizatória para gastos mensais com o mandato.

 

 
 

Zen

 

Dois meses depois de se entregar a um período “sabático” pós-eleitoral, a primeira-dama de Belo Horizonte, Regina Lacerda, está de volta ao seu consultório de psicologia. Mesmo decidida a não se envolver na composição de governo e na briga entre partidos da base aliada de Marcio Lacerda (PSB) por mais espaço, sua opinião continua disputada. Na alegria e na tristeza, não apenas o marido prefeito, como também colaboradores mais próximos, não abrem mão de ouvi-la.

 

 
 

No olho do furacão 1

 

Combatidos pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, os tribunais de Justiça Militar, que julgam os crimes cometidos pelos policiais militares, estão no olho do furacão. Márcio Martins Sant’Ana, comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais, faz a defesa: “Essa Justiça especializada é necessária para a saúde das instituições militares. É importante que eventuais crimes cometidos por militares sejam julgados com celeridade e que sejam punidos, para que não caiam no esquecimento e sirvam de exemplo”. Na avaliação de Sant’Ana e de demais defensores da Justiça Militar, se encaminhados para a Justiça comum, a morosidade da tramitação dos processos deixaria os crimes no esquecimento e os acusados de cometê-los, no exercício da atividade.

 

No olho do furacão 2

 

Ao criticar os tribunais de Justiça Militar, Joaquim Barbosa considerou “baixa” a produtividade dos órgãos. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostram que o orçamento dos três tribunais estaduais de Justiça Militar no país – o de Minas, o de São Paulo e o do Rio Grande do Sul – foi, em 2012, de R$ 96,4 milhões. Julgaram 6.087 processos e, ainda assim, o CNJ está às voltas com juízes de tribunais militares, inclusive de Minas, processados por terem deixado, em 2010, prescrever processos. Em 2012, o Tribunal de Justiça Militar de Minas Gerais, cuja antiga sede – o prédio histórico da rua Aimorés, número 698 – será transformada em museu da Polícia Militar de Minas Gerais e do Corpo de Bombeiros, julgou, segundo o presidente Omar Duarte Marcelino, 3.412 processos, zerando o estoque. Houve condenações em 40% dos casos.

 

Grunhidos

 

Nas refregas entre socialistas e aliados para a composição do primeiro escalão na Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), não falta quem cite o ex-governador Hélio Garcia.

Dizia ele que início de governo se assemelha a caminhões carregados com porcos. “No começo, eles berram. Mas é só o caminhão começar a andar que eles se ajeitam e ficam quietinhos”, comparava o ex-governador.

 

Moda não pega

 

Depois de apresentar requerimento à Mesa da Câmara Diretora para a suspensão do pagamento do 14º e 15º dos parlamentares, o deputado federal Toninho Pinheiro (PP) depositou o que recebeu na conta da Fundação Municipal de Saúde de Ibirité. O valor do cheque, descontado o Imposto de Renda: R$ 20.311,82. No Senado Federal, só 15 parlamentares – entre eles o mineiro Aécio Neves (PSDB) – renunciaram ao benefício, apesar de o projeto que acaba com os dois salários adicionais ter sido aprovado por unanimidade em maio do ano passado. Em 2013, segue o polêmico pagamento.

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