Nenhum seguiu os passos do pai, que não terá herdeiros para a B.Riedel Ciência e Técnica, a empresa que leva seu nome e à qual dedicou grande parte da vida. A fábrica nasceu em 1978, quando já se previa a passagem do cometa Halley, em 1986. “Eu gostava muito da atividade industrial.
Há pouca perspectiva para negócios como o de Riedel, que fazem telescópios de forma artesanal. Difícil competir com a produção em larga escala da China. O que o mantém na ativa é a procura do público. Um telescópio da B.Riedel Ciência e Técnica custa a partir de R$ 900. O instrumento carrega uma marca e tanto: Riedel é referência nacional em instrumentação óptica. Não é por acaso que é convidado a restaurar cúpulas e equipamentos dos principais observatórios do país. Também não foi por acaso que foi convocado para implantar o observatório voltado à visitação do Laboratório Nacional de Astrofísica, no Sul de Minas. É lá que está o maior telescópio do Brasil, exclusivo para observação por pesquisadores.
Tamanho conhecimento foi conquistado com muita paixão.
“Dediquei a vida à instrumentação. É muito trabalhoso, não é fácil. Só me arrependo de não ter publicado mais”, conta o professor, que lamenta as dificuldades enfrentadas pela pequena indústria. Com centena de inventos, todos voltados para a produção de telescópios e outros aparelhos como lunetas, cúpulas e microscópios, Riedel se orgulha da forma como se apropriou de objetos e deles conseguiu melhor aproveitamento para produzir seus telescópios. Caso da câmara a vácuo que achou em um ferro-velho e levou cinco anos para consertar. A recompensa vem do olhar das crianças que se fascinam, como ele se fascinou ao ver uma estrela. É o sonho que brilha, lá longe..