A expectativa em torno do novo teatro Clara Nunes é ainda maior, porque sua reforma e administração ficará a cargo do Serviço Social do Comércio de Minas Gerais (Sesc-MG). “Essa oportunidade permitirá que a rua Rio de Janeiro se transforme num corredor de teatros, acoplando o Clara Nunes, que é uma casa de porte intermediário, ao Sesc Palladium, que é grande, um dos maiores de BH”, explica Eugênio Ferraz, diretor-geral da Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais.
A falta de informações preocupa a classe artística. “Não se pode passar um teatro público para o setor privado sem que este se comprometa a destinar 80% ou 90% das produções a serem encenadas no Clara Nunes para grupos locais”, diz Pedro Paulo Cava. Ele lembra que o teatro, o terceiro a ser criado em Belo Horizonte – primeiro foi o Francisco Nunes, no Parque Municipal, e o segundo o Marília, na região hospitalar –, foi fruto da teimosia de Isaías Horta, funcionário da Imprensa Oficial, que, enquanto esteve à frente da administração, lutou para que não fosse fechado, contando com o apoio da classe artística, que lá mantinha viva a chama criativa dos autores mineiros. “O Sesc não pode começar a alugar o teatro para produções nacionais, senão a gente vai lá para a porta protestar”, diz Cava.
Além da boa notícia da volta do Clara Nunes, a Prefeitura de Belo Horizonte adiantou, por meio da Fundação Municipal de Cultura, que vai reformar o Teatro Marília, criado em 1964 pela Cruz Vermelha e com capacidade para 200 espectadores, que deverá ser entregue à população ainda este ano..