Ir ao cinema já foi considerado um evento.
Os cinemas enfrentam, hoje, novos concorrentes, como a internet, onde muitos filmes podem ser baixados de graça, e os serviços do tipo “alugue sem sair de casa”. Mas o encanto de ir a uma sessão atravessa gerações e é programa indispensável para pessoas de todas as idades. Por isso, no mês das férias, Encontro visitou 10 cinemas de Belo Horizonte para saber quais as novidades e como está a qualidade dos serviços oferecidos ao espectador mineiro.
Fato é que os cinemas estão buscando se modernizar para atrair cada vez mais o público.
O público da cidade é o terceiro maior do país – segundo pesquisa realizada pelo portal Filme B, especializado no setor. Foram 5,6 milhões de ingressos vendidos em 2012, atrás apenas de Rio de Janeiro (15,6 milhões) e São Paulo (22 milhões), e a soma da bilheteria superou R$ 60 milhões. Grandes redes dominam o setor por aqui: Cineart e Cinemark, além da recém-chegada Cinépolis. Durante a visita da equipe de Encontro, constatou-se que não há um padrão de qualidade em salas da mesma rede, como é o caso do Cineart do Shopping Cidade, localizado no centro, e o do Ponteio, no Santa Lúcia. No primeiro, foram encontradas deficiências. Já o segundo é pioneiro no investimento na sala Premier, onde é possível ser atendido por um garçom dentro da sala e ser servido sobre uma mesa retrátil da própria poltrona, além de desfrutar de uma estrutura realmente luxuosa em comparação com todos os outros (confira quadro).
Apesar de o número de salas das três empresas somar 65, o que permitiria grande diversificação de filmes, a programação concentra-se em blockbusters – superproduções norte-americanas –, não havendo opções de obras produzidas fora do circuito comercial. Prova disso é que, durante a realização desta matéria, os quatro repórteres viram o mesmo título em cinemas e datas diferentes. “Os poucos cinemas de rua remanescentes ficam com a responsabilidade de exibir toda a “outra” produção, com caráter alternativo. No fim, falta espaço e sobra privilégio para a indústria cinematográfica já estabelecida”, diz o pesquisador de cinema Ataídes Braga, autor do livro O Fim das Coisas: As Salas de Cinema de Belo Horizonte.
No quesito segurança, não há uma legislação específica para cinemas. O que orienta é a norma geral para edificações que recebem público. Segundo o capitão Cristian Souza, da diretoria de atividades técnicas do Corpo de Bombeiros, todo e qualquer imóvel, exceto residências, deve ter proteção contra incêndio e pânico.
Mas agora, chega de conversa. Vá conferir de perto o que Encontro testou para você. Chame os amigos, o namorado, a namorada, pegue sua pipoca, refrigerante e balas. A magia já vai começar. Boa sessão!
Confira a tabela completa:
Premier Ponteio: imbatível
Tendência em outras cidades do país, como São Paulo e Brasília, o cinema de luxo chegou a BH com a sala Premier do Cineart Ponteio Lar Shopping, única desse tipo por aqui. A proposta é dar ao espectador uma experiência diferenciada em relação a outras salas da capital – que chegam a comportar mais de 300 pessoas e servem os mesmos tipos de lanches, como pipoca, salgadinhos, balas, refrigerantes e sucos. “Criamos esta sala por perceber que o público demandava uma experiência diferente, mas não esperávamos uma aprovação tão grande. A adesão foi tão grande que estamos realizando estudos para propor mais salas desse tipo”, afirma Marina Rossi, gerente de marketing do Cineart.
A sala Premier, inaugurada em dezembro de 2012, tem 53 poltronas de couro reclináveis de forma automática, sendo possível deitar o encosto e subir o descanso de pés, na inclinação que interessar a cada um.
Os serviços diferenciados e a estrutura especial têm um custo, e os ingressos da sala luxo vão de R$ 44 a R$ 48 (sessões 3D). Nas demais salas, os preços do ingresso variam de R$ 18 a R$ 28.
Critérios adotados no teste
- Foram visitados 10 cinemas de BH, todos eles de shopping centers. Foi avaliada uma sessão em cada sala. Todas as visitas foram feitas no mês de junho, e as sessões escolhidas foram aquelas entre as 16h e as 19h, sempre aos domingos, na maior sala de cada cinema em que não estivesse em cartaz um filme 3D. O domingo foi o dia escolhido por ser o de maior movimento da semana;
- Quatro jornalistas foram designados para fazer as visitas, sendo que dois foram a dois cinemas e os outros dois foram a três. Todos compraram ingressos, combos (comida %2b bebida) e assistiram aos filmes até o final;
- A avaliação considerou os seguintes quesitos: estrutura do cinemas (sinalização das salas, quantidade de salas, poltronas no hall para aguardar a sessão e temperatura do ar condicionado); atendimento (quantidade de guichês e máquinas de autoatendimento, painel eletrônico com informação sobre as sessões, fôlderes, pessoa para informar, tamanho das filas, cortesia e preparo da equipe); conforto (venda de lugares marcados, respeito à marcação, estofamento, visibilidade da numeração das cadeiras e da tela, qualidade da transmissão – som e imagem); limpeza (das salas, banheiros, hall e bombonières); lanchonete (variedade de produtos e de combos) e acessibilidade (presença de rampas, elevadores, corrimãos, espaços para cadeirantes e poltronas para obesos, etc.);
- Nem todos os quesitos tiveram o mesmo peso na nota final da categoria. Exemplo: em atendimento, os quesitos quantidade de guichês/máquinas de autoatendimento funcionando tiveram maior peso que os demais;
- A nota máxima de cada uma das seis categorias é 10. A nota final de cada cinema é a soma do total das notas (representadas por pipocas);
- O teste não tem validade científica.
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