Revista Encontro

Retratos da cidade | Rafael Campos

Uma das joias do centro

- Foto: Eugênio Gurgel

A correria diária de quem frequenta o centro de BH, às vezes, impede de notar as belezas que existem por lá. Uma delas é o prédio da rua Caetés, 603, esquina com rua São Paulo. De estilo eclético e tombado nos anos 1990, a edificação imponente foi erguida em 1925 para ser a sede do antigo Banco do Comércio. Hoje, o prédio, que abriga o Sesc Centro Cultural JK, passa por grande reforma – claro, sem modificar os aspectos históricos que o ligam ao passado, como fachadas, esquadrias, pisos, molduras de teto e luminárias, entre outros. De acordo com o Sesc, o sexto e último pavimento, que sofreu uma mudança arquitetônica ao longo dos anos, será reformulado para valorizar a grande cúpula central na fachada principal. As obras devem levar dois anos, por isso, transferências foram necessárias, como os usuários da Biblioteca Central, que foram direcionados para o Acervo Artístico Literário do Sesc Palladium, na avenida Augusto de Lima, 420.

- Foto: Eugênio Gurgel

Volta, Barão!

Cerca de mil alunos que estudam na Escola Estadual Barão de Macaúbas, no bairro Floresta, região Leste de Belo Horizonte, não veem a hora de voltar à instituição. Por isso, estão na torcida para que o Conselho de Patrimônio Cultural de BH acerte os ponteiros com o Departamento Estadual de Obras Públicas (Deop-MG). As obras foram paralisadas em agosto do ano passado, depois que o conselho municipal detectou alguns problemas na altura do anexo II, estrutura que fica ao lado do prédio tombado, erguido na década de 1920.
A Secretaria de Estado de Educação informou que os engenheiros do Deop-MG apresentarão uma solução para o imbróglio este mês. Caso seja aprovada, o prazo para conclusão das obras da edificação será de um ano, enquanto o prédio principal e o anexo I serão entregues em dezembro. Com a reforma, os estudantes tiveram de ser transferidos para a Escola Estadual Pedro Américo, em Santa Tereza.

- Foto: Rogério sol

Confusão geral

Tem uma coisa que está deixando o belo-horizontino de cabeça quente. E não é a temperatura que está nas alturas, mas o trânsito. Mesmo em janeiro, quando o movimento nas principais ruas e avenidas da capital é um pouco mais tranquilo, os motoristas sofreram para entender os desvios e mudanças de circulação devido ao Move, sistema rápido de ônibus, que está sendo implantado na cidade. Segundo a BHTrans, cerca de 50 mudanças acontecerão na região central. Uma das alterações aconteceu no cruzamento das avenidas Alfredo Balena e Francisco Sales, no Santa Efigênia, onde conversões foram proibidas. Essas, entre outras mudanças, podem até surtir efeito num futuro, mas a principal queixa de motoristas continua sendo a falta de informação. "Só ficamos sabendo da mudança quando chegamos para trabalhar", afirma Vinicius Silva Pereira, de 29 anos, motorista que trabalha em um ponto de táxi na região hospitalar.

- Foto: Rogério Sol

Próxima batalha: a reforma

Depois de conquistar a concessão do casarão da rua Manaus, 348, no Santa Efigênia, os integrantes do Espaço Comum Luiz Estrela iniciaram 2014 buscando recursos para obras emergenciais. O espaço, tombado pelo patrimônio municipal, possui dois pavimentos com sérios problemas estruturais, fato que já provocou a interdição de parte do prédio. De grande valor histórico, o imóvel vem atraindo a atenção de especialistas de todo o país. Ele foi erguido no início do século XX e abrigou, entre outros órgãos, um hospital de neuropsiquiatria infantil. O nome é uma homenagem a Luiz Otávio da Silva, mais conhecido como Luiz Estrela, morador de rua, morto no ano passado no centro de Belo Horizonte.
Luiz era participante ativo nas mobilizações artísticas e culturais da cidade. O edifício pertence à Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e até dezembro do ano passado estava cedido à Fundação Educacional Lucas Machado (Feluma). A ideia é transformá-lo em um espaço multicultural para BH.
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