A prática é milenar, mas foi apenas no fim dos anos 1920 que o químico francês René-Maurice Gattefossé criou o conceito de aromaterapia. A partir daí, a ciência passou a enxergar o assunto com outros olhos. Já foram constatadas propriedades antibióticas, analgésicas, anti-inflamatórias e até anticancerígenas, nos últimos anos, em diversas plantas. Pesquisas científicas avançaram no sentido de atestar o real poder da natureza. Prova disso são os chamados óleos essenciais. Essas poderosas substâncias são extraídas das plantas e concentram 100% de sua energia vital. Suas propriedades servem no combate a incontáveis doenças e ainda atuam em cheio na promoção do bem-estar.
Há 14 anos no mercado dos aromas, a Laszlo, única empresa especializada no estado, não realiza destilação dos óleos. Eles são adquiridos de outros países como Índia, Indonésia, Estados Unidos, França, Rússia e Marrocos. Em Juiz de Fora (MG), são envasados e distribuídos para várias partes do país. Há produção apenas de óleos brasileiros, como das sementes de sucupira, com propriedades cientificamente estudadas para tratamento de câncer e inflamações severas. Há também o óleo da pindaíba, eficiente como analgésico, similar à dipirona ou ao paracetamol.
Daniela Cuccia, de 37 anos, terapeuta holística e instrutora de ioga, não usa os óleos essenciais somente em seu trabalho. Ela também já os incluiu em seu dia a dia: "É impressionante o resultado. Em apenas um dia de uso, você começa a sentir os efeitos do tratamento", afirma. Ela conta que utiliza vários tipos de óleos. "Uso muito o Tea Tree também para dor de garganta, imunidade baixa, picada de insetos, queimadura e infecção, substituindo o excesso de antibióticos. Sempre coloco algumas gotas na gola da blusa do meu filho para evitar infecções", diz.
Há ainda muita falta de informação sobre os óleos essenciais. É o que afirma André Ferraz da Costa, aromaterapeuta do Instituto Brasileiro de Aromatologia (Ibra). "Muitas pessoas acham que os óleos essenciais ou a própria aromaterapia é do campo da superstição. Entretanto, há centenas de artigos científicos publicados que comprovam os benefícios", explica André. Segundo ele, a diferença de um óleo 100% puro está em sua concentração: "Ele chega a ser 99 vezes mais potente que a planta in natura. Para se ter ideia, para produzir um litro de óleo essencial de rosas, são necessárias quatro toneladas de flores", diz. O aromaterapeuta ressalta ainda que o uso dos aromas deve ser acompanhado de uma mudança de hábitos de vida e, claro, tudo acompanhado por um especialista.