Nascida em Nova York (EUA), mas criada em Belo Horizonte, Sofia impressiona pela versatilidade.
Em poucos meses de estrada, ela já chamou a atenção de outros profissionais. O timbre forte é uma de suas características mais lembradas. A dupla sertaneja Bruna e Keyla, indicada em 2013 para o Grammy Latino, acredita que a garota já é um sucesso. "Ela tem voz marcante, postura de artista, é segura e, com certeza, tem um belo caminho pela frente", diz Keyla.
Se Sofia surpreende o público com suas letras e postura adulta, Mayara Fernandes, outro talento mirim surgido em terras mineiras, é lembrada pela leveza e doçura com que interpreta as canções.
A canção Ainda Ontem Chorei de Saudade, de João Mineiro e Marciano, foi regravada por Mayara, que também é compositora e assina a faixa Bolha de Sabão, do CD Coração de Menina, lançado em 2012, quando tinha 9 anos. Sua participação no programa Encontro com Fátima Bernardes, da Globo, e Máquina da Fama, do SBT, rendeu-lhe maior visibilidade. O cantor Sérgio Reis não poupa elogios: "Quando nos encontramos em algum show, sempre fico emocionado. Uma vez até disse a ela: 'Mayara, quando Deus te mandou, você já veio pronta.
Muitas vezes, a paixão musical começa com o desejo de aprender violão ou outro instrumento mais comum. Foi assim com o cantor Daniel, que começou a tocar violão aos 5 anos, junto ao pai, e com o prodígio Luan Santana, apegado à música desde o primeiro contato com as cordas. No caso de Virgínia Branquinho, também cantora adolescente, o instrumento fugiu a todas as regras. Sem influências musicais na família, a curiosidade foi despertada por um berrante que ficava no sítio do avô. A pequena menina, com 5 anos de idade, pegou a corneta feita de chifre de boi e soprou até sair um som confuso. Depois de muitos treinos, a primeira apresentação aconteceu em uma cavalgada em Santo Antônio dos Campos, distrito de Divinópolis, onde morou por 13 anos. Hoje, aos 16 anos, ela fala com propriedade sobre o instrumento e conta que para tocá-lo é preciso um "bocadinho" de fôlego. "O meu avô não sabia tocar, ele gostava bastante, mas só brincava. Quando eu quis aprender, ficávamos treinando juntos até pegarmos o jeito." E pegou mesmo. Atualmente, ela é a berranteira oficial da maior festa sertaneja de Divinópolis e coleciona prêmios de concursos de berrantes – os últimos foram conquistados na Festa do Peão, em Barretos.
Já a carreira de cantora despontou quando Virgínia começou a fazer aulas de canto e apresentações com cantores experientes. Os irmãos César Menotti e Fabiano foram os primeiros a assegurar que ela tinha dom. "Conhecemos a Virgínia desde que ela tinha 5 anos. Além de ser muito talentosa, ela tem uma linda voz", diz César. "Sem dúvidas, é uma grande promessa para o sertanejo", afirma Fábio Lacerda, irmão de César e de Fabiano e empresário da dupla. A cantora conta que a primeira vez que subiu ao palco cantando para muitas pessoas foi ao lado de César Menotti e Fabiano, no Mineirinho. Daí em diante, a carreira ganhou fôlego e outros artistas a convidaram para participações, como Chitãozinho e Xororó, que a levaram para abrir o show no Caldas Country, um dos maiores festivais da música sertaneja do Brasil. A rotina não é fácil. Para conciliar os compromissos musicais com o lazer, Virgínia conta com a ajuda da família. "Faço aula de canto em Belo Horizonte, quinzenalmente; pratico hipismo e ensaio as canções todos os dias. Se não fosse o apoio dos meus pais, tudo seria mais difícil", diz. Mesmo assim, a cantora não desanima e planeja cursar veterinária. "Música e animais são minhas paixões. Por isso, quero trabalhar com as duas possibilidades", diz.
A dupla Thaeme e Thiago, que acabou de gravar novo DVD com participação de Lucas Lucco e Fernando e Sorocaba, anima-se ao falar do rapaz. "Vinícius está pronto para decolar. Além de uma grande voz, ele tem muito carisma. Agora é cair na estrada e mostrar esse talento para todo o Brasil", diz Thiago. A aposta do rapaz de Simonésia é divulgar as composições próprias – são mais de 50 – nos shows que faz pelo Sudeste. "Levo desde modão até o arrocha. Mas não abro mão de cantar minhas composições. Isso ajuda a criar uma identidade do meu trabalho junto ao público", explica.
Letras e arranjos próprios também regem o trabalho dos irmãos Lucas Magalhães e Vitor Magalhães – de 14 e 10 anos, respectivamente. O interesse pela música começou há seis anos, quando Victor e Leo, dupla favorita dos irmãos, lançou o CD Ao Vivo em Barretos. Os meninos gostaram tanto do álbum que, além de cantar todas as músicas, aprenderam a tocar violão e passaram a imitar os ídolos de Ponte Nova (MG) em todos os eventos da família. "No casamento da nossa prima, cantamos uma música deles, pegamos gosto pelo palco e não paramos mais", conta Lucas, primogênito e primeira voz da dupla. Depois de aprender violão, os irmãos exploraram outros instrumentos e hoje sabem de tudo um pouco. Vitor, que assume o violão e a segunda voz durante as apresentações, faz questão de dizer que o talento facilitou o aprendizado musical. "Na época que o Lucas estudava violão, eu ficava ao lado dele tentando aprender alguma coisa. O tempo passou e, além do canto, descobrimos um pouco de cada instrumento. Hoje, pegamos várias músicas na bateria, piano e guitarra sem dificuldade", conta Vitor.
Quem também acredita nos jovens irmãos é a dupla do Camaro Amarelo, Munhoz e Mariano. Para eles, não há hora certa para começar a investir na carreira. Se o talento já existe, é só aperfeiçoá-lo. "Lucas e Vitor têm qualidade vocal e uma marcante presença de palco com pouco tempo de estrada. Aulas de canto, música e teatro só vão colaborar para que isso aflore e impulsione a carreira deles", diz Mariano. Por isso mesmo, os irmãos fazem aulas de canto semanalmente e aproveitam para ensaiar as novas composições do próximo CD, que será gravado em breve.
O dueto entre vozes irmãs é um diferencial valorizado pelo mercado sertanejo. Gamaliel de Souza, produtor que assina trabalhos com Chitãozinho e Xororó e Zezé di Camargo e Luciano, explica que os timbres não destoam um do outro. "Quando as vozes são irmãs, o casamento entre elas é perfeito e ambas se completam", diz. É nisso que os irmãos Thallys e Gabriel, de 13 e 14 anos, respectivamente, apostam. O profissionalismo musical acompanha a carreira dos garotos, que começou quando eles tinham 6 e 7 anos de idade. Gabriel, responsável pela execução da viola e primeira voz durante os shows, explica que tudo começou com a influência de primos que também cantavam sertanejo. "Minha mãe conta que me levava aos shows que eles faziam quando eu tinha 2 anos. Quando percebi, já estava insistindo para o meu pai me colocar na aula de violão e para o meu irmão cantar comigo", conta. Pouco tempo depois, Thallys já sabia tocar guitarra e queria o mesmo que o irmão. "Fizemos aulas de canto e fomos procurando o nosso lugar no palco. Queríamos ser como os nossos primos", diz Thallys.
Por isso mesmo, Lena sempre conversa com os filhos sobre a profissão e deixa que os ensaios fiquem por conta deles. "O que mais cobro são as notas escolares, já que a obrigação que eles têm agora é de estudar. A música ainda não pode tomar o primeiro lugar na vida deles", diz Lena. Com CD gravado e agenda lotada nos fins de semana, os pequenos já dividiram palco com o fenômeno do sertanejo universitário João Lucas e Diogo. Os meninos de Panrampampam e Água na Boca, trilha sonora de novela da Rede Globo, reconhecem em Thallys e Gabriel um timbre que é escasso no Brasil. "As vozes são muito diferenciadas. Ainda crianças, eles têm um timbre grave muito bonito, que não se vê com frequência. Entram no palco com tudo e se comunicam muito bem com o público. É questão de tempo para que busquem algo maior para a carreira", diz João Lucas.
A participação no programa Raul Gil, em 2012, aproximou os garotos da cantora e, hoje, grande companheira de estrada Jéssica Lima. Com vasta bagagem musical e o quarto lugar no quadro "Jovens Talentos" em 2011, ela deu dicas aos pequenos sobre o programa e daí em diante a amizade e parceria em shows foi firmada. Hoje, aos 17 anos, a cantora – dona de uma voz versátil, que alcança notas gravíssimas – dá vida a modas de viola da década de 1980 e embala sucessos do sertanejo universitário em seu novo CD, que carrega seu nome. Jéssica conta que tudo começou com as princesas da Disney e o rádio do carro do pai. "Eu assistia aos desenhos e ficava admirada com as princesas cantando. Queria ser como elas, mas planejava cantar o sertanejo que o meu pai tanto ouvia no carro", conta. Depois de aulas de violão e canto, Jéssica e o pai, companheiro e amigo incondicional, foram em busca do sonho dela. "Aos 9 anos, ele me levava aos bares da capital e pedia aos cantores da noite para eu dar uma palhinha. Fiz muitos amigos e comecei a carreira assim", diz.
Perto de fazer 18 anos, ela planeja ingressar na Escola de Música da UFMG. "Quero estudar e deixar que a música me acompanhe por toda a vida. Se o sucesso vier ou não, vou continuar cantando", pontua, com ar de tranquilidade. O público mineiro torce para que ele venha, e que venha depressa.
Confira o vídeo da dupla Thallys e Gabriel:
Colaboraram João Pombo Barile e Marina Santos. Agradecimento: Vale Verde Alambique e Parque Ecológico
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