A ação (confira no box) começou como projeto piloto, às quintas-feiras. Somente nos dois primeiros dias de atuação – nos dias 16 e 23 de outubro –, 13 motoristas foram flagrados alcoolizados. Desses, três foram autuados por crimes de trânsito – quando o índice de álcool por litro de ar apontado no etilômetro (bafômetro) passa de 0,34 mg/l. As ações foram executadas no bairro Prado, região Oeste, e em bares da Zona Sul.
A estratégia de usar policiais descaracterizados veio da Espanha, durante a Copa do Mundo, quando agentes daquele país estiveram em BH. Lá, desde 2009, houve redução de 40% do número de pessoas flagradas alcoolizadas. "Não queremos que as pessoas deixem de se divertir, beber e sair com os amigos. Queremos apenas que tenham a consciência de que não se pode beber e dirigir", afirma Andrea. Na operação, policiais civis à paisana vigiarão bares e seus frequentadores. Ao perceber que um motorista alcoolizado deixou o local, acionarão uma viatura militar que estará na região. A abordagem caberá aos militares.
O novo modelo de operação, que envolve Polícia Civil, Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), BHTrans, Polícia Militar e Guarda Municipal, é apoiado por Miguel Marques, presidente da Comissão contra Acidentes de Trânsito da OAB-MG. "É uma medida inteligente e acredito que será eficiente, desde que permaneça e vire rotina na cidade", diz. As operações convencionais, em lugares fixos, vão continuar, a exemplo das megaoperações nomeadas de Labirinto, cujo objetivo é fechar saídas de bairros com grande concentração de bares e restaurantes. A ideia é apertar ainda mais o cerco.
A ação da campanha "Sou pela Vida. Dirijo sem Bebida" visa reduzir os números alarmantes de acidentes de trânsito em BH. Segundo a delegada Andrea, mais de 60% das mortes no trânsito na capital mineira têm ligação com o uso de bebida alcoólica. "É uma mudança de cultura que não acontece da noite para o dia, mas queremos acelerar esse processo", afirma a delegada Andrea Abud.