Se 2013 foi o ano da libertação do Galo, a temporada 2014 foi da ratificação das glórias, provando que o Atlético se firmou de volta no patamar de cima do futebol brasileiro.
Mais do que sobreviver sem Ronaldinho Gaúcho, o Atlético conseguiu um feito que parecia impossível, quando Paulo Autuori foi demitido em abril, após eliminação nas quartas de final da Copa Libertadores: reinventar-se ao longo da temporada. Nos 23 primeiros jogos do ano com Autuori, o Galo venceu 11, empatou nove, perdeu três e deixou escapar o título estadual para o Cruzeiro, em dois empates sem gols. Além disso, os jogadores pareciam se arrastar em campo e Ronaldinho já não apresentava nem lampejos de genialidade.
"O título da Copa do Brasil foi resultado do espírito de superação e amadurecimento profissional", explica o goleiro Victor, um dos líderes do grupo.
Para o torcedor que achava que a conta com o cardiologista já estava paga após campanha da Libertadores, o Atlético voltou a abusar da dramaticidade para chegar ao título da Copa do Brasil. Depois de passar pelo Palmeiras, com dois triunfos, o Atlético fez o raio cair no mesmo lugar duas vezes, diante do Corinthians e do Flamengo. Nas duas ocasiões, o Galo perdeu por 2 a 0 fora de casa e precisou tirar a diferença no Mineirão. Em ambas, sofreu gol primeiro no Mineirão – mas conseguiu fazer 4 a 1 com gols depois dos 40 minutos do segundo tempo. Edcarlos, de cabeça, eliminou o Corinthians. Luan, que fez gols em todas as fases decisivas do torneio, empurrou para as redes do rubro-negro, expurgando um demônio histórico do currículo alvinegro.
Faltava a cereja do bolo. Às 23h58 de 26 de novembro de 2014, ao apito final do árbitro Luis Flávio de Oliveira, enfim, o Galo quebrava mais um tabu ao conquistar um título nacional 43 anos depois do Campeonato Brasileiro de 1971. Para chegar a seu segundo troféu, o alvinegro teve de superar equipes que, juntas, somam nada menos que 34 taças de Brasileiro e Copa do Brasil. Autor do gol do título, Diego Tardelli, que já balançou as redes do Cruzeiro nove vezes vestindo a camisa do Galo, não fez cerimônias ao eleger seu troféu preferido. "Trocaria todos os títulos por este. A sensação é melhor que na Libertadores. Ganhar do Cruzeiro é gostoso demais."