Oliveira é, atualmente, o técnico que está há mais tempo na mesma equipe de futebol brasileira – em janeiro, completa dois anos no comando do Cruzeiro – e acaba de renovar o vínculo com o time por mais um ano. Em 2014, conquistou o segundo título consecutivo do Campeonato Brasileiro e entrou para o seleto grupo dos técnicos bicampeões.
Levou pelo segundo ano consecutivo o troféu da CBF de melhor treinador do campeonato. Ex-jogador e técnico experiente – já atuou em vários times como Atlético-MG, Botafogo e Vasco –, faz sérias críticas à cultura de troca-troca de técnicos no futebol. “Atrapalha. Não dá para formar time com três treinadores ao longo do ano. Fica sem filosofia, sem base de trabalho”, diz. “O técnico não deveria ser tão exaltado quando se conquista título nem tão massacrado quando se perde.”
Foi com fala mansa – porém firme – que Oliveira conquistou não só o elenco cruzeirense, como também os torcedores. É tido como “paizão” dos atletas da Raposa, dando, inclusive, conselhos de como administrar os ganhos. “Quando eu parei de jogar, tinha bom patrimônio, suficiente para viver bem”, diz. Para os jogadores, ele indica: “O melhor investimento são imóveis”, diz. “O atleta não tem tempo para se envolver em aplicações.”
Outro feito histórico que conquistou é o de técnico com melhor desempenho na história do Cruzeiro. De 139 jogos realizados, teve 72,66% de aproveitamento. Time do coração? Ele jura que não tem. “Honro a camisa que estou vestindo”, diz. A camisa de Marcelo Oliveira hoje é azul, com quatro estrelas do Brasileirão, o que o faz sonhar de novo. Ele entra em sua terceira temporada no clube determinado a conquistar o título da Libertadores.