Em nota, a PBH informou que, "por se tratar de obra de arte protegida pelo patrimônio cultural, a prefeitura considera que cada serviço de manutenção ou de restauração deve ser analisado caso a caso". Ainda segundo a nota, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos recebeu da diretoria de Patrimônio Cultural da Fundação Municipal de Cultura (FMC) a orientação para realizar os serviços de manutenção e reparo. Dependendo do grau de complexidade da restauração, é necessário licitar o serviço e, se for o caso, recorrer ao autor artístico da obra. A limpeza convencional e corriqueira, devido às pichações, por exemplo, é executada pelas regionais. A assessoria de imprensa informou também que os bustos que tiveram as placas arrancadas continuarão sem elas, já que os roubos são frequentes.
Diante desse cenário, a identificação de alguns homenageados foi difícil até para a reportagem de Encontro.
Não existe um inventário sobre os monumentos da cidade, mas, de acordo com lista enviada pela FMC, a capital mineira possui 53 bustos e 29 estátuas. Aos interessados sobre essas obras que dizem respeito à memória da cidade e do estado, vale uma consulta ao livro Monumentos de Belo Horizonte, idealizado por Péricles Antônio Mattar de Oliveira, publicado em 2008, um dos poucos trabalhos que tratam do tema.
Um projeto criado em Londres, na Inglaterra, pode nos inspirar e ajudar a estreitar os laços entre os belo-horizontinos e as personalidades de bronze. Lá, algumas estátuas "falam" e se apresentam para as pessoas que se aproximam delas. Esse projeto poderia, por exemplo, desfazer algumas ideias erradas que algumas pessoas têm a respeito das figuras públicas. É o caso do estudante João Gabriel Chagas, de 20 anos, que achava que Bias Fortes era, na verdade, uma mulher.
Luis Alberto Brandão, professor da Faculdade de Letras da UFMG e autor de livro sobre as estátuas de BH, ressalta que as pessoas se apropriam livremente dos monumentos espalhados em lugares públicos. "Elas interagem e muito com esses monumentos. Contudo, essa interação não acontece da forma como os autores das homenagens gostariam. O que ocorre é que as pessoas não se identificam com muitas dessas figuras", diz.
Clique na imagem abaixo e conheça alguns dos bustos conhecidos, "ou não", em Belo Horizonte: