O objetivo dessas transformações é a maior integração do evento à cidade. Para conseguir isso, a programação terá novos cursos, vários deles interativos, como os do Espaço Experiência, onde chefs e sommeliers vão mostrar preparo de pratos e harmonizações. Ainda haverá ampliação no número de estandes de receitas oferecidas nas duas principais praças da cidade - o Largo das Forras e o Largo dos Chefs.
Os jantares especiais, antes realizados em pousadas, seguem o modelo de 2014 e ocorrem nos restaurantes locais. Neste ano, além de Trattoria Via Destra, Pacco & Bacco e Angatu, servirá como base o Kitanda Brasil, da chef Tanea Romão, contabilizando, assim, 16 eventos. A grande diferença é que, desta vez, os chefs "anfitriões" vão cozinhar ao lado dos convidados. Além disso, outros estabelecimentos da cidade ofertarão cardápios especiais durante a iniciativa. "Quanto mais Tiradentes estiver envolvida, mais desenvolvimento gastronômico ela terá durante o ano inteiro, não só durante o evento", diz o organizador do festival, Rodrigo Ferraz. "Hoje nos voltamos para o Brasil e investimos em educação além das atrações", explica, fazendo referência à Expedição Fartura Gastronomia, que, ao longo dos últimos quatro anos, rodou 130 cidades, de 21 estados.
Entre 2014 e 2015, a expedição passou por Maranhão, Goiás, Tocantins, Pará e Piauí. Desses lugares, vêm os ingredientes e alguns dos chefs que participarão desta vez. Para selecioná-los, o curador gastronômico Rusty Marcellini experimentou diferentes sabores. "Eu me surpreendi com o Tocantins, um lugar que não conhecia", diz Marcellini. "Imaginava que seria parecido com Goiás, mas vi que eles têm uma cultura própria. Por exemplo, não consomem tanta carne como os goianos, mas usam muito peixe", diz.
Baunilha do cerrado (de Goiás), queijo de búfala (do Marajó/Pará), cajuína (suco comum no Piauí) são alguns itens que Rusty encontrou - e que o público pode esperar ver em Tiradentes. Muitos serão levados pelos próprios produtores, como Nazareno Alves, de Belém, que falará sobre o peixe com açaí, comum no Norte do país. "Ao trazer a culinária de outros estados, mostramos aos mineiros que o Brasil é grande e que Minas tem potencial para se desenvolver no turismo gastronômico", diz Rusty.
Proprietário do restaurante Angatu, que vai receber, além de Márcia, outros quatro profissionais, o chef Rodolfo Mayer comemora as mudanças que trouxeram os jantares para dentro dos restaurantes. "O público ficou satisfeito. O jantar ficou intimista", diz. Para ele, que defende o uso de produtos brasileiros, a experiência de cozinhar com outros é importante. "Essa troca de informações é bacana, porque é difícil ter contato com tantas culturas gastronômicas diferentes, ainda mais em duas semanas", diz Rodolfo.
França mais perto de Minas
Além de Ivo, os representantes brasileiros serão Leonardo Paixão (Glouton/BH), Fred Trindade (Trindade/BH) e Rodolfo Mayer (Angatu/Tiradentes). "Cada um de nós dará uma aula com temáticas diferentes.
Antes, em Tiradentes, os chefs franceses Xavier Burelle (Hôtel de Mougins), Laela Mouhamou (La Brasserie de laMéditerranée), Emmanuel Ruz (Lou Fassum) e Serge Chollet (Le Moulin de Mougins) assinarão jantares e ministrarão aulas..