Ainda menino, quando suas mãozinhas mal conseguiam segurar a raquete, Marcelo Melo já dizia que um dia estaria no topo da lista dos melhores.
E fez mais. Foi o primeiro tenista a desbancar os irmãos Bryan (os gêmeos americanos são a dupla mais vitoriosa da história do tênis), que dominavam o circuito desde 2003. "A sensação é muito boa, não dá nem para explicar.
Foi em junho, ao conquistar o inédito título de dupla no saibro sagrado de Roland Garros, que o mineiro percebeu que a chance de transformar seu sonho de garoto em realidade estava mais próxima do que nunca. "Ali, percebi que realmente era possível ser o número 1", diz. Aos 32 anos - 20 jogando como profissional –, conquistou 19 títulos. Nos últimos 12 meses, levantou consecutivamente os troféus de primeiro lugar no ATP 500 de Tóquio, Masters 1000 de Xangai, ATP 500 de Viena e Masters 1000 de Paris. Virou o rei do pedaço. Até o sérvio Novak Djokovic, melhor tenista individual da atualidade, rendeu-se a seu talento. "Parabéns à superestrela brasileira", disse, em vídeo postado em seu perfil numa rede social. "Ele está preparando bons momentos de diversão para nós, no Rio de Janeiro, em 2016", completou Djokovic, referindo-se aos Jogos Olímpicos, que acontecem no segundo semestre no Brasil.
Jogando em casa, Marcelo quer mesmo fazer bonito. "Não é qualquer um que pode disputar uma Olimpíada em seu próprio país. Uma medalha de ouro seria o melhor presente que poderia ganhar em 2016", diz. Mas sente também o peso da responsabilidade. E carregou nos treinos.