Era meados de 2011, quando o engenheiro de software Marcelo Cartacho, que vivia nos EUA, decidiu pegar o telefone e chamar pelo irmão, Rodrigo, que vivia na Hungria.
A ideia do empreendimento surgiu porque Marcelo e o colega de profissão argentino David Tomasella – que se tornou sócio da empresa – tinham acabado de realizar uma pesquisa de mercado para o BID e notaram não haver plataformas flexíveis para produtores de eventos de pequeno e médio portes no Brasil. Tiveram então a ideia de montar eles próprios o negócio. Não sabiam, contudo, por onde começar.
Foram buscar ajuda de Rodrigo, um jovem empresário inquieto que tentava ganhar a vida na Europa com um negócio inovador: vender créditos de CO2 (gás carbônico).
Cerca de um ano depois da primeira troca de telefones, surgia a Sympla, empresa de tecnologia voltada para a venda de ingressos eletrônicos, inaugurada em setembro de 2012. Três anos se passaram e os números da startup não permitem que Rodrigo e Marcelo sintam saudades da velha vida fora do Brasil. O negócio movimentou 15 milhões de reais em 2014. Neste ano, as vendas de ingresso superam os 40 milhões reais. Crescimento de quase 200% . A equipe, de 12 pessoas em 2014, pulou em 2015 para 45 – e as contratações (acreditem, essa palavra ainda existe!) estão abertas. Para comportar tamanho crescimento, a sede da Sympla, que ocupava um andar na Savassi, hoje se distribui em três pavimentos.
O endereço por onde são vendidos os ingressos (sympla.com.br) chegou a registrar um pico de 2.500 eventos simultâneos em alguns meses de 2015. "Com esses números, nós nos tornamos o maior site de eventos do Brasil", diz Rodrigo. Segundo ele, mais de 1.800 cidades brasileiras já usaram a ferramenta.
Inicialmente, para transformar as ideias e iniciativas dos irmãos Cartacho em realidade, foi preciso buscar investidores anjo (nome dado a pessoas físicas que aplicam recursos do próprio bolso em empresas nascentes, como as startups). Hoje a Sympla não tem mais outros investidores externos e cresce reinvestindo o próprio lucro.
Nada mal para dois jovens de classe média, filhos de pais funcionários públicos, que estudaram no Loyola e cresceram no Gutierrez. "Nosso negócio ainda tem enorme espaço para crescer", diz Rodrigo. "Estamos numa maratona, só conquistamos os primeiros 100 metros."