A modelo Caroline Lagamba Aguiar, de 28 anos, não viaja sem levar o escapulário que ganhou aos 12 anos. "Sem ele fico apreensiva", diz. De acordo com o historiador e folclorista Manoel Fonseca dos Reis, há séculos os amuletos são tidos como algo ligado a uma força sobrenatural. Segundo ele, acreditar nesse poder não significa falta de conhecimento.
Há famosos que fazem questão de dar aquela forcinha para a sorte. Quem não se lembra, por exemplo, do goleiro Victor, do Atlético mineiro, que, nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2014, emprestou seu terço para o companheiro Julio Cézar antes da combrança de pênaltis na partida contra o Chile, que a seleção acabou vencendo. Já a apresentadora Sabrina Sato costuma circular com um pingente de ferradura. A modelo Alessandra Ambrósio confia na shamballa, pulseira inspirada no terço budista. E a pop star Madonna há muito usa crucifixos como pingentes, posteriormente substituídos pela mão de Fátima, palma da mão com um olho no meio.
Pesquisa publicada pela revista americana Psychological Science, especializada em ciência da psicologia, em 2010, mostrou que voluntários de um teste que estavam munidos de seus amuletos se saíram melhor. Tudo porque se sentiam mais autoconfiantes. A pesquisa foi realizada após observarem que vários atletas de elite usavam objetos da sorte, como o ex-jogador de basquetebol norte-americano Michael Jordan, que usava o calção da antiga equipe da faculdade sob seu uniforme da NBA, Outro estudo realizado neste ano por Richard Wiseman, escritor e professor de psicologia da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, concluiu que pessoas sortudas aceitam as superstições positivas e que amuletos aumentam a perfomance em atividades físicas e mentais.
A fotógrafa Juliana Grossi, de 34 anos, não nega: "Sou muito supersticiosa e não saio de casa sem meu pingente de ferradura ou cruz. É como ter um escudo", diz. A tradição veio de família, tanto que a filha Maria Eduarda Aranjo, de 7 anos, já é protegida com o pingente do Divino Espírito Santo. "Na dúvida se funciona ou não, prefiro não arriscar", diz Juliana. Já a dentista Fernanda de Oliveira Dias, de 37 anos, aposta na diversidade e alterna escapulários e pulseiras de olho grego.