Fora os abdominais, Saullo ainda usa o app nos fins de semana, quando não consegue ir à academia. Nesse caso, escolhe os exercícios funcionais.
E qual é a ideia desses apps, afinal? Eles seguem a onda dos vídeos de ginástica que a atriz Jane Fonda lançou nas décadas de 1980 e 1990, mas em versão moderna. Oferecem sequências de exercícios de diversas modalidades, como força, cárdio, ioga, pilates, com vídeos demonstrativos, dicas de como executar corretamente, variedade de treinos, além de outras funções, como divulgação de resultados em rede com outros usuários, acompanhamento do avanço, etc. Em algumas versões pagas, existe até possibilidade de consulta a distância com técnicos.
Segundo o profissional de educação física Brucce Cota, coordenador desportivo da PUC Minas, as tecnologias fitness já são identificadas como tendência pelo American College of Sports Medicine dos Estados Unidos, que divulga anualmente recomendações e posicionamentos em relação à atividade física. "Isso reforça o fato de que esses apps estão aí, mas o que importa é usá-los de forma eficiente e inteligente", afirma.
Isso porque os aplicativos trazem vantagens, como praticidade, privacidade e economia do tempo de deslocamento até a academia. Por outro lado, não há acompanhamento pessoal de profissionais da área - o usuário faz os exercícios por sua conta e risco. E, como é consenso entre especialistas, nada substitui o acompanhamento do professor de educação física. "Sempre existiram vídeos e aulas prontas", diz Brucce. "Nos aplicativos, quem ministra a aula são profissionais de educação física e é possível fazer um treino mais personalizado no que diz respeito aos aparelhos a que a pessoa tem acesso no momento e ao feedback que o usuário consegue dar sobre o serviço."
Além disso, Brucce lembra que quase 50% das pessoas que começam na academia param em até seis meses. Entre as que praticam alguma atividade física, mais de 70% não buscam orientação de instrutores, segundo pesquisa divulgada em 2015 pelo Ministério da Saúde. "Nesse sentido, o app pode ajudar a pessoa a continuar praticando, além de ser uma forma de orientação, mesmo que a distância", afirma.
O assunto, no entanto, ainda é controverso. O professor da Faculdade de Educação Física da UFMG Fernando Vitor Lima é cético. Para ele, o meio virtual não permite que o professor conheça o praticante, o que é condição básica para a segurança. Por isso, não indica o uso para iniciantes.
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