Revista Encontro

Gastrô | Evento

Ainda dá tempo de visitar um dos 57 bares do Festival Botecar de Verão

São 58 petiscos criados exclusivamente para o evento, que termina no dia 27 de novembro

Aline Gonçalves
Panelas, utensílios e pratos a postos: Diego Borges, do Zé Pileque, Francielli Rosa, do Quermesse, Aline Soares, do Santo Boteco, e Paulo Benevides, do Temático, são alguns dos donos de bares que querem uma vaga para a edição de 2017 - Foto: Cláudio Cunha/Encontro
Donos de restaurantes e bares da cidade concordam: o belo-horizontino é exigente quando o assunto é comida. Chega uma rede nova, um bar pequeno abre às portas, uma pizzaria inaugura e logo começam o boca a boca e as avaliações. É um tal de comparar prato, drinque, ambiente e atendimento... Assim, é claro que participar de uma competição deixa os empresários do ramo ansiosos. E esse é o caso dos proprietários de 15 bares de BH durante o Botecar de Verão - A Seletiva, que termina no dia 27 de novembro. Eles disputam uma das sete vagas para a quarta edição do evento, que ocorre entre abril e maio de 2017, em uma espécie de grupo de acesso (conheça os competidores a partir da p. 140). Além desses 15, outros 42 botecos já selecionados marcam presença na iniciativa.
Eles apresentam 43 petiscos criados em 2016 com o tema "mineiridade". São 43 petiscos, mas somente 42 bares. O Doca e o Armazém Medeiros, que haviam criado uma receita cada um, fundiram-se. Apesar disso, o Doca Medeiros, no Lourdes, continua servindo as duas invenções. Em todas as casas, os tira-gostos, desta vez, são harmonizados com uma das três cervejas da linha Brahma Extra e tem preço promocional fixo de 34,90 reais.

Inaugurado há menos de um ano, bar Santo Boteco traz pezinho de porco desossado recheado com pernil e especiarias, acompanhado de farofa de farinha de milho, bacon e couve: proprietárias querem honrar a tradição de ótimos botecos no bairro São Pedro - Foto: Denis Medeiros/EncontroPara a produção, a competição prévia, que ocorre pela primeira vez, reforça o caráter democrático do festival e ajuda os bares a se profissionalizarem. "A seletiva é importante para os botecos porque eles ganham em visibilidade, além de testarem a capacidade de fazer um bom petisco e de servir bem", diz o organizador, Antônio Lúcio Martins. Antes, a própria produção escolhia os novatos - por ano, pelo menos 10% do total.

Como a ideia é apresentar os 15 bares, não houve exigência de ingrediente. Cada casa traz, assim, o que bem quer e a maioria optou por itens com os quais já trabalha. É o caso do Quermesse, no Sion, que serve o Bife Sujo, alcatra servida com molho de cerveja preta e mandioca cozida com manteiga de garrafa, que já é o atual carro-chefe do local. "Ele representa, hoje, quase metade da venda dos petiscos", diz a sócia Francielli Rosa. Esta é a primeira vez que o estabelecimento, fundado em 2013, participa de um concurso, e uma das estratégias que Francielle tem usado é a divulgação em redes sociais. "Sou publicitária e acredito que é o melhor momento de expor o bar", afirma. Ela também aposta na decoração retrô como chamariz: como o nome sugere, as peças por lá remetem às festas religiosas, com bandeirinhas e estandartes.

Costela assada no forno do bafo servida com polenta frita e vinagrete é a opção do bar Temático: conhecido do público também disputa uma vaga para a edição principal de 2017 - Foto: Denis Medeiros/EncontroAssim como o Quermesse, o Santo Boteco, no São Pedro, participa pela primeira vez de uma competição, e as sócias Aline Correa e Aline Soares não escondem o nervosismo.
"Estamos em um bairro com grandes referências, como a Cervejaria Seu Romão, nosso vizinho e atual campeão do Botecar", diz Aline Soares. "Queremos mostrar o potencial de um bar diferente, com duas mulheres à frente." Ela e a sócia são formadas em gastronomia e, por isso, tentam mesclar ingredientes da culinária mineira a produtos e técnicas criativas no bar, inaugurado há menos de um ano. O petisco que oferecem durante o festival segue essa linha. Trata-se de um clássico pezinho de porco, mas desossado e recheado com pernil e especiarias, servido com farofa de farinha de milho, couve e bacon. "Optamos por algo mais contemporâneo, mas com ingredientes mineiros", afirma Aline Soares.

Sócio do bar Zé Pileque, no Buritis, Diego Borges também aposta em um tira-gosto inédito, adaptado de um petisco já famoso por ali. Vai servir lascas de joelho de porco com batata ao murro e molho de ervas, além de geléia de pimenta e molho de rapadura. Para ele, o evento movimenta Belo Horizonte. "Eu sempre fui a festivais do tipo e, desde que abri o bar, no ano passado, já pensava em participar."

- Foto: Mas não são apenas os botecos inaugurados há pouco tempo que estão brigando por uma vaga na edição de 2017. Velhos conhecidos do público estão de volta, como o Temático, fundado há 18 anos no Santa Tereza. "Já somos famosos por servir comida mineira e nordestina, mas durante festivais sempre aparecem pessoas que vêm pela primeira vez", diz o sócio pernambucano Paulo Benevides.
"Por isso, trouxemos um petisco representativo do bar", diz ele, ao falar da costela bovina assada no forno do bafo e servida com polenta frita e vinagrete.

Seja em um ambiente recém-aberto seja em um estabelecimento experiente, se o mineiro, tão crítico, gosta é de comida de qualidade, cerveja gelada e descontração, pode ficar tranquilo: isso tudo vai sobrar durante o Botecar de Verão - A Seletiva.

Fotos: Denis Medeiros/Encontro
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