Alexandre Kalil
Nasceu em Belo Horizonte
57 anos
Casado, 3 filhos
Empresário, ex-presidente do Atlético.
Quando Alexandre Kalil (PHS) deu o pontapé inicial em sua campanha para a Prefeitura de Belo Horizonte, muitos desconfiaram de suas reais chances de vencer. O concorrente direto, o deputado estadual João Leite (PSDB), liderava com certa folga a corrida de intenções de voto. Além disso, a candidatura do ex-goleiro do Galo foi avalizada por nomes fortes da política mineira como os senadores Aécio Neves e Antonio Anastasia. Kalil teve de enfrentar uma partida difícil.
Ex-presidente do Atlético (2008-2014), começou driblando as críticas e a descrença em relação a sua competência para gerir, agora, uma cidade. "Ouvi de tudo, mas o que eles não sabiam é que a minha candidatura não foi fruto de orelhada. Foi ciência", diz, revelando que uma pesquisa havia apontado que seriam grandes as suas chances de vencer o pleito. Vieram as primeiras acusações.
O resultado do primeiro turno ratificou o que já se esperava: João Leite e Kalil se enfrentariam. Nas primeiras pesquisas do segundo turno, o ex-dirigente aparecia empatado com o candidato tucano. Cheiro de virada no ar. "Com o tempo igual ao do meu adversário, pude falar para o povo o que eu queria fazer." Após a divulgação do resultado das urnas, o prefeito eleito começou a mostrar um perfil mais conciliador. Disse, por exemplo, que vai conversar com o governador Fernando Pimentel para estabelecer políticas de combate à criminalidade. "Vou precisar dele, já que a Polícia Militar é subordinada ao estado." Sua ideia de enxugar a máquina já começou a ser colocada em prática. Ao anunciar o primeiro escalação de seu governo, dia 7 de dezembro, cortou nove secretarias. Os nomes apresentados foram, em sua maioria, técnicos e as escolhas, elogiadas até por adversários. Indagado sobre projetos engatilhados na gestão Lacerda, Kalil avisa: "A rodoviária vai ficar do jeito que está.
Sorriso mesmo, ele esboça ao falar do Galo. "Sou um apaixonado pelo Atlético." Logo após a vitória, assistiu da tribuna de honra do Independência - o que não ocorria há dois anos - ao empate de seu clube do coração com o Internacional. Assim que a torcida o identificou, cantou entusiasmada: "PQP é o melhor prefeito do Brasil", uma alusão ao grito entoado para o goleiro Victor.
A ligação com o clube acaba por provocar especulações sobre um possível favorecimento ao Galo na construção do tão sonhado estádio alvinegro. Especulação prontamente descartada. "Não faria nada para o Atlético que não pudesse fazer também para o Cruzeiro. Tive muitos votos de cruzeirenses também, ora essa", diz. Aos que se mostram temerosos sobre o que virá em sua gestão, ele manda um recado: "O velho modelo faliu. Políticos estão sendo presos aos quilos. É hora de uma nova filosofia". Em janeiro, Kalil toma posse e terá quatro anos para disseminar essa sua filosofia.