Ricardo Lucarelli Santos de Souza
Nasceu em Contagem (MG)
24 anos
Solteiro
Jogador do Vôlei doTaubaté (SP).
Em uma sexta-feira de clima agradável, há alguns anos, os Lucarelli foram comer uma pizza em um restaurante de bairro. Era a primeira comemoração esportiva da família, que tinha acabado de sair do jogo de estreia de Ricardo, então com 12 anos, em competições de vôlei, ainda no pré-mirim. O pai, Sérgio, explicou o motivo da comemoração: "Estamos celebrando porque hoje eu tive a certeza de que você vai ser atleta."
Tudo bem que pai é pai, e que não é nada raro ver familiares com tamanha confiança no potencial de sua prole. Mas, no caso específico desse Ricardo, a profecia não só estava correta como não demoraria a se concretizar. A carreira de Lucarelli no vôlei foi meteórica. Poucos anos depois de começar na modalidade na sua cidade natal, Contagem (antes disso, já tinha treinado futebol, basquete e handebol), já participava de campeonatos pelo mirim, juvenil e adulto ao mesmo tempo.
Logo ele chamou a atenção do Minas Tênis Clube, que pagou ao Meritus, de Contagem, 250 bolas de vôlei como compensação pelo jogador. Ele entrou na equipe principal do clube como sexto ponteiro, em 2010.
Funcionou. Durante os quatro anos até os Jogos seguintes, ele conquistou, pelo Minas, Sesi-SP e Vôlei Taubaté (onde está desde o ano passado), diversos títulos. Foi campeão da Copa dos Campeões, do Sul-americano, do Mundial sub-23 e Copa Panamericana em 2013, do Sulamericano em 2015. Ainda levou prêmios individuais, como melhor ponta do campeonato sul-americano, da Liga Mundial e do Campeonato Mundial, além de MVP (Most Valuable Player) do Campeonato Mundial sub-23.
Convocado para a equipe da Rio-2016, ele tinha status de um dos principais jogadores da seleção. No entanto, um estiramento na coxa direita ainda na primeira fase quase o impediu de atuar. O médico lhe deu autonomia para decidir se parava ou não. "A dor ficava mais intensa a cada dia, mas escolhi continuar", afirma. No embate contra a Argentina, nas quartas de final, chegou a sair de quadra devido à dor, mas retornou e ajudou a equipe a fechar o jogo: foi dele o bloqueio que permitiu à equipe virar o placar e pavimentar o caminho até a semifinal, contra a Rússia, e a final, contra a Itália.
O mineiro não só fez parte da equipe que levou o ouro, como também foi eleito o melhor ponteiro da competição.