A empresa nem bem nasceu, mas já tem concorrentes poderosos, como a bem maior Airbus, fabricante de aviões comerciais e helicópteros, que já anunciou planos de testar, no final do ano, o seu protótipo de carro voador de pilotagem autônoma, com um lugar. Outra empresa que já está adiantada com seu projeto de carro voador é a Aeromobil, da Eslováquia.
Mas ainda há um tortuoso caminho a ser enfrentado pelos fabricantes de carros voadores. É preciso convencer os reguladores, legisladores e o público que seus produtos são seguros. Os governos ainda estão destrinchando o emaranhado de regras e regulamentos para os drones e carros autônomos. A Lilium informou que o seu jato, com autonomia de 300 km e velocidade cruzeiro de 300 km/h, é a única aeronave elétrica capaz de realizar pousos e decolagens verticais, bem como voar a jato. "Nós resolvemos um dos mais difíceis desafios de engenharia da aviação para chegarmos a esse ponto", disse Daniel Wiegand, cofundador e CEO da Lilium.
Outros rivais potenciais incluem a eVolo, grupo com fundo público com sede em Manheim (Alemanha), que espera receber a aprovação regulatória para seu "multicóptero" de dois lugares com 18 rotores para ser utilizado como táxis voadores em projetos pilotos em 2018. A Terrafugia, com sede perto de Boston, nos Estados Unidos, e fundada uma década atrás por graduados do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), quer construir um carro voador para venda em larga escala, enquanto a empresa Joby Aviation, dos Estados Unidos e Israel, informou que trabalha em um drone de quatro lugares.
Para apimentar ainda mais esses projetos, Google, Tesla, Uber e Amazon já levantaram suas cabeças para dizer que estão interessadas na nova tecnologia. Além das questões tecnológicas, de controle de tráfego, e de licenças que ainda precisam ser definidas e regulamentadas, um aspecto desconhecido é como os consumidores enxergam e aceitam o conceito de carros voadores e quais são os parâmetros desejáveis para essa nova solução de mobilidade. Com isso em mente, o Instituto de Pesquisa de Transportes da Universidade de Michigan (UMTRI) conduziu uma pesquisa para entender quais são as expectativas dos americanos com relação a carros voadores. Entre os itens examinados estão os benefícios que a solução pode oferecer, as principais dúvidas e preocupações, a fonte de energia preferida, a autonomia mínima esperada, quantidade de treinamento exigido, requisitos para decolagem e aterrissagem, capacidade de assentos, nível de preço e interesse na condução e uso desse tipo de veículo.
Em seu estudo, Sivak e seu colaborador da UMTRI, Brandon Schoettle, descobriram que mais de 60% dos entrevistados estão "muito preocupados" com a segurança geral dos carros voadores e com seu desempenho no espaço aéreo quando estiver congestionado ou com mau tempo. Cerca de três quartos dos entrevistados mencionaram a redução no tempo de viagem como a principal razão, enquanto menos de 10% disseram que menor número de acidentes, maior economia de combustível ou emissões mais baixas eram os benefícios mais prováveis de carros voadores. Quase 80% dos entrevistados apontam a necessidade de carros voadores terem paraquedas. A eletricidade é a fonte de energia escolhida por cerca de 60% deles e mais de 80% preferem um carro com a decolagem e a aterrissagem como a dos helicópteros. Quase 25% disseram que pagariam entre 100 mil e 200 mil dólares por um carro voador..