Revista Encontro

Conheça 10 iniciativas sustentáveis implementadas em imóveis de BH

Edifícios comerciais e residenciais da capital mineira recebem soluções que vão desde elevadores que armazenam energia até reuso de água da chuva, passando por iluminação em led

Rafael Campos
Concórdia Corporate, no Vale do Sereno: inaugurada em abril, torre com fachada em pele de vidro possui programas de reuso de água da chuva e elevadores inteligentes - Foto: Divulgação
A sustentabilidade deixou de ser apenas uma tendência para ser incorporada de vez em projetos imobiliários, sejam eles residenciais ou corporativos. Em Belo Horizonte, edifícios estão sendo lançados ou entregues com a alcunha de "verdes". As funcionalidades mais comuns dizem respeito a placas fotovoltaicas ou de aquecimento solar, passando pelo reúso de água da chuva. Entretanto, outros sistemas mais inovadores estão inspirando arquitetos e engenheiros. É o caso dos elevadores inteligentes que geram a própria energia ou que possibilitam registrar o andar antes de entrar na cabine, o que garante mais eficiência e economia.

Por aqui, um dos últimos empreendimentos a serem concluídos com tais concepções, em abril, foi o Concórdia Corporate, uma parceria entre a Construtora Caparaó, o grupo imobiliário internacional Tishman Speyer e a Codeme Engenharia. A torre foi erguida no Vale do Sereno, em Nova Lima, e em razão das soluções verdes  que apresenta vai receber a certificação Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), na categoria Gold. Quem concede o selo, um dos principais do setor, é U.S. Green Building Council, organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos, que tem o objetivo de promover a sustentabilidade ambiental de edifícios.
"A partir das ações, que começaram com a escolha do terreno, passando pela concepção do projeto, construção e entrega, devemos alcançar redução de consumo de 15% de energia e 54% no volume de água", diz Maria Beatriz Mundim, gerente de projetos e obras da Tishman. As janelas permitem visibilidade externa de 97% e iluminação natural.

Perspectiva do Veredas Empresarial, no Buritis: jardins escalonados oferecem maior conforto térmico no interior dos ambientes - Foto: EPO/DivulgaçãoO arquiteto e urbanista Alexandre Nagazawa, sócio da Bloc Arquitetura e Empreendimentos, afirma que o alto custo de se construir um prédio com tais tecnologias é compensado pela economia gerada durante o seu uso. "Empreendedores e consumidores estão percebendo cada vez mais o benefício dessas iniciativas. Todo mundo busca o verde. Ninguém mais aguenta tanto concreto", diz o arquiteto, que ajudou a desenhar o Veredas Empresarial, que está sendo construído pelo Grupo EPO, no Buritis. O empreendimento terá jardim escalonado, marquises, halls abertos, salas ventiladas e com iluminação natural. "Assim, deixamos de combater o calor com ar condicionado", diz Alexandre, que também atuou no projeto do Jardim Casa Mall, que abriga o Mercado da Boca, no Jardim Canadá, em Nova Lima. Nesse empreendimento, foram usados painéis de brises, que possibilitam melhor aproveitamento da luz solar e da ventilação, em estações mais quentes ou frias.

Soluções verdes significam também economia para o bolso. Nagazawa dá exemplo de um escritório de 50 metros quadrados, onde o ar condicionado é ligado todos os dias. Ao fim do mês, a conta de energia elétrica gira em torno de 600 reais. "Caso o ambiente tivesse soluções verdes adotadas em sua concepção e construção, com certeza esse consumo de energia cairia 40%", afirma. Uso de ventilação cruzada, instalação de beirais para sombreamento nas janelas e brises verdes para barrar a incidência solar direta são algumas das inovações.

Fernando Sergio Fogli, diretor técnico de meio ambiente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do estado (Sinduscon-MG), confirma que o mercado vem investindo pesado na modernização dos processos de construção. O pensamento "verde" começa logo no canteiro de obras.
"O ciclo de vida dos materiais de construção e a quantidade de água utilizada na obra são algumas das preocupações do segmento", diz. Conforme Fernando, o Brasil é o quarto do ranking mundial das certificações verdes, com 460 empreendimentos atestados pelo Leed.

Edifício Da Mata, no Santa Lúcia: com área vegetada e arquitetura pensada para aproveitar iluminação natural - Foto: Ronaldo Dolabella/EncontroAs placas fotovoltaicas serão bem mais comuns nos projetos da MRV Engenharia daqui para frente. De acordo com Nathália Tomaz Guimarães, analista de projetos da empresa, em 2017, o sistema já foi instalado em 30% das unidades. "Nos próximos cinco anos, todos os empreendimentos da companhia terão energia fotovoltaica. A  estimativa é de investir cerca de 800 milhões de reais na implantação", diz. O condomínio Ville Verdi, que está sendo finalizado no Buritis, terá sistemas de aquecimento solar, energia fotovoltaica, iluminação de LED e reúso de água da chuva. A data de lançamento ainda não foi definida.

A sustentabilidade também é priorizada pela MIP Edificações. Além de disponibilizar medidores individualizados de água e gás, que motiva um consumo mais racional, ela oferece coletores de óleo de cozinha para dar um destino ecologicamente correto ao produto. Trata-se de uma tubulação especial, através da qual o morador pode descartar o óleo, evitando o despejo na rede de esgoto. É o caso do Edifício Funcionários Lifestyle, na rua Santa Rita Durão.

Juliana Lembi, arquiteta da Construtora Patrimar, lembra que a previsão de ponto de recarga para carro híbrido também é uma realidade para a empresa, além das já conhecidas placas fotovoltaicas e painéis de energia solar.
"Optamos ainda por sistema de reaproveitamento de água da chuva para irrigação de jardins e lavagens de áreas comuns dos condomínios." É o caso do The Plaza, entregue em dezembro no Belvedere. Juliana ressalta que a escolha do tom de cor da fachada também pode influenciar a retenção de calor nos ambiente. Pelo visto, as soluções verdes chegaram para ficar. O meio ambiente agradece e o bolso, também.

Conheça algumas inovações que já fazem parte de muitos empreendimentos de Belo Horizonte

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