Entre as prioridades à frente do STJ, a adoção de ferramentas de modernização tecnológica está na ordem do dia: "A inteligência artificial não é só solução, é velocidade, porque a pressa é uma constante", diz. Segundo ele, com isso será possível pesquisar fontes, selecionar casos semelhantes e diferentes, acelerando os julgamentos dos recursos e dos processos em tramitação.
Para se ter uma ideia da morosidade, em 6 de dezembro, a 4ª turma apreciou dois recursos em que se discute, desde 1895, a posse do Palácio Guanabara, sede do Governo do Rio de Janeiro. É o caso judicial mais antigo em tramitação no Brasil. No século XIX, a família Orleans e Bragança apelou à Justiça para que o governo a indenizasse pela tomada do palácio após a proclamação da República.
Noronha alia à rotina atarefada no tribunal outro trabalho que lhe dá enorme satisfação: o de professor. Começou a dar aulas em Minas Gerais, na Faculdade de Direito de Varginha, na cadeira de Direito Processual Civil, e continuou a missão no Distrito Federal, no Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb). "A sala de aula é a minha grande alegria", define. "A cátedra permite enxergar, de maneira mais próxima, a evolução da sociedade." E é lecionando que o ministro-presidente observa detalhes, como a argúcia dos alunos, capta as novas ideias e saboreia o questionamento constante.
O ritmo incessante de trabalho é quebrado com o que mais gosta de fazer nos momentos de lazer: "Adoro cinema. Tanto que montei um home theater em casa. Também gosto muito de ouvir música: bossa nova, bolero, música americana", conta ele. No Lago Sul, bairro onde mora, aproveita para praticar atividade física às margens do lago Paranoá. "Caminho sete quilômetros quase todo dia e, no fim de semana, jogo tênis." Com essa mesma disposição, ele pretende transformar a morosidade do tribunal em coisa do passado..