Antes mesmo de tomar posse, o clima ficou quente. Wagner, mineiro de São Gotardo, município do Alto Paranaíba, teve de enfrentar dissidências. O então diretor de futebol Bruno Vicintin, desde 2012 no clube, entregou o cargo 24 horas depois do resultado da eleição. Ele estava insatisfeito com a vinda de Itair Machado para assumir a função de vice-presidente de futebol. O ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares, apoiador de Wagner, também rompeu com seu sucessor.
Mas o jogo estava apenas começando.
Vitórias se somavam e no principal campeonato em disputa, a Libertadores da América, a estrela celeste surgia como forte concorrente ao título. Surgia. O time caiu nas quartas depois de ser eliminado pelo Boca Juniors, da Argentina. "Não deixaram a gente ganhar a Libertadores, essa é a verdade", diz Wagner. Foi aí, inclusive, que o presidente teve de elevar o tom e deixar de lado a sua face mais discreta. "Vagabundo!", disparou contra o árbitro uruguaio Andrés Cunha, logo depois da partida no Mineirão, que sepultou as chances azuis de levantar pela terceira vez a taça da competição continental. Na partida decisiva, a equipe estrelada teve o gol de Barcos anulado e o zagueiro Dedé, expulso. O jogo em BH terminou empatado em 1 a 1, resultado insuficiente para a classificação.
Os torcedores, acredita Wagner, estão satisfeitos com a sua gestão. "Recebo carinho da nossa torcida em qualquer lugar que eu vá, aqui ou no exterior." É com esse jeito mineiro de ser que Wagner busca um 2019 ainda melhor do que 2018. O passaporte, afinal, já está carimbado para a Libertadores. "O torcedor pode esperar", avisa Wagner. "Entraremos forte nesta disputa." A fala do presidente do Cruzeiro é sinal de bom agouro. Foi exatamente depois de uma disputa acirrada nas eleições do clube que Wagner colheu sua maior vitória..