A dentista Paloma Marques Camargo, de 32 anos, aproveitou uma viagem já marcada para Nova York, em outubro passado, para fazer fotos de grávida por lá. Ela descobriu a gravidez depois que já tinha agendado o passeio e decidiu unir o útil ao agradável. “Na data, eu já estaria com quase sete meses de gestação. Então decidimos fazer as fotos da gravidez em NY mesmo e aproveitar a estação.
Estava frio, acho superelegante”, diz. Ela conta que olhou tudo no Brasil, antes da viagem, e o casal já chegou lá com as fotos agendadas.
A médica Natércia Freitas de Garcia Klingl, de 51 anos, que divide seu tempo entre Belo Horizonte e Berlim, já fez sessões de fotos em viagens a três cidades (Paris, Veneza e Dresden), sendo algumas em família, outras sozinha. Ela diz que recorre a profissionais sempre que possível. “Eles conhecem os lugares, a luminosidade, os ângulos, fatores que refletem na qualidade da foto. Além disso, estão plenamente comprometidos com a sessão”, explica. “E nos liberam de ficar pedindo toda hora para que alguém bata uma foto.” Em Veneza, no início deste ano, ela contratou a fotógrafa Ana Laura Carciofi (@fotografabrasileiraemveneza) e posou em diferentes locações. Trocou de roupa algumas vezes para aproveitar melhor cada lugar. Já experiente, dá a dica: “A duração de cada sessão é relativa, depende da disponibilidade do fotógrafo, do tempo, da luminosidade, por isso é conveniente que todos os envolvidos tenham flexibilidade”.
A mineira Mirelle Matias (@fotosemparis), que é fotógrafa em Paris há dois anos, está com a agenda cheia. Segundo ela, quase todos os seus clientes são brasileiros, e na alta temporada (que lá é de março a julho), tem de 25 a 30 ensaios por mês, e cerca de 20 por mês no resto do ano. Entre os pedidos dos viajantes estão fotos em família, em casal e até pedidos surpresa de casamento – devidamente registrados, claro. “Acho que as pessoas têm vontade de levar fotos para casa porque brasileiro valoriza muito esse tipo de lembrança.
As redes sociais também podem ter tido papel nessa tendência de busca por fotos profissionais. A procura tem sido tanta que a fotógrafa belo-horizontina Martha Sachser de Souza, que mora há 12 anos nos Estados Unidos, criou em 2017 a Fotos na Mala (@fotosnamala), plataforma que une 130 fotógrafos brasileiros em várias partes do mundo com potenciais clientes e onde as sessões podem ser contratadas. “Compartilhar fotos bacanas e nossos melhores momentos é um hábito comum atualmente e, com um fotógrafo, tudo ficou mais fácil. Fora isso, tem toda a questão do registro pessoal da recordação, em ter fotos que reflitam quão especial aquele momento é e, claro, com todos os integrantes da viagem nas fotos”, diz.
A química e estudante Naiara Pereira Botezine, de 28 anos, quis fazer em Paris um ensaio de casamento com seu noivo, Pedro Henrique Stroppa. Eles iriam se casar em 2017 morar juntos na Escócia, onde ele faz doutorado. Como não foi necessário se casarem para a mudança, desistiram de fazer as fotos em trajes de casamento. Mas não desistiram das fotos em si. “Analisando o quão bem me sinto na França, vejo a importância dessas fotos para as minhas lembranças. Já que a gente não consegue guardar tudo na memória, ter essas recordações impressas dá um acalanto ao coração todas as vezes que as revejo”, diz. “É claro que eu ou o Pedro poderíamos fazer, mas nunca seria a mesma coisa. O olhar da fotógrafa, o timing que ela tem, a capacidade de capturar nossas expressões e até sentimentos, isso é intrínseco do profissional. Aliás, eu saí do ensaio chorando, emocionada mesmo, a conexão foi muito gostosa”, afirma.
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