A área dos restaurantes (próxima foto) e a pista (acima): boa gastronomia e o mundo radical do skate em um mesmo ambiente - Foto: Jorge Pereira/DivulgaçãoA
alameda Oscar Niemeyer, antiga
Seis Pistas, em
Nova Lima, acabou de ganhar um novo morador ilustre. É o
LayBack Park BH, estabelecimento que surge com a ideia de unir boa
gastronomia e o mundo radical do
skate em um mesmo ambiente. "Queremos que aqui seja um espaço onde as pessoas possam se divertir, encontra e expor sua personalidade, seja através da arte seja música ou do esporte", diz o
skatista e empresário
Pepe Laporte, responsável por trazer o complexo à capital mineira. O bicampeão sul-americano de downhill
skate (modalidade que consiste em descer ladeiras em alta velocidade) ajudou a trazer o projeto para a capital mineira. Dentro do complexo gastronômico, os clientes encontram
restaurantes,
bares,
loja de roupa e
estúdio de tatuagem, montados em
contêineres descolados. Já nos fundos fica a
pista de
skate, preparada para receber os visitantes mais radicais.
A ideia de unir
skate e
gastronomia no mesmo espaço começou em Florianópolis, por meio de uma parceria entre pai e filho. O co-fundador André Barros, pai do
skatista Pedro Barros - oito vezes campeão mundial de
skate park - diz que a ideia nasceu na década de 1990, ao ver como a pista de
skate conseguia reunir famílias no seu entorno. "Quem não estava andando ficava batendo papo, comendo um churrasco ou tomando uma cerveja", diz.
O primeiro
LayBack Park foi aberto no ano passado em Florianópolis. Além de BH, há unidades em Brasília e São Paulo.
- Foto: Jorge Pereira/DivulgaçãoNo que depender do Cortiça, aqui em BH, as manobras complicadas vão ficar restritas apenas à pista de
skate. O bar de vinhos tem o objetivo de descomplicar todo o ritual que envolve a bebida. Palavras rebuscadas, rituais desnecessários e formalidades não têm vez no balcão. "Antes, os vinhos só poderiam ser degustados em ocasiões e lugares especiais. Era um luxo", diz a sommelière Paula Bernardes, uma das fundadoras do Cortiça. "Nós vamos na contramão da gurmetização. Acreditamos que você pode aproveitar a sua taça em qualquer ambiente". Não é à toa que o lema do bar é: meu vinho, minhas regras. Apesar de ter sido criada por três amigas de Belo Horizonte, a primeira unidade do Cortiça foi aberta em Florianópolis no ano passado, junto com o
LayBack Park de lá. "A Bárbara Andrade cuida do financeiro, a Paola Paz, do marketing, e eu, do vinho", diz Paula. São mais de 20 opções de uvas na carta. A casa também conta com um rodízio de vinhos.
Por 85 reais, o cliente pode tomar quantas taças quiser de um cardápio especial, que tem entre 10 e 15 rótulos de tintos, rosés, espumantes e brancos.
Para quem quer tomar uma cerveja, o LayBack Park um rótulo próprio, o LayBack Beer. Criada em 2013, por André e Pedro Barros, a marca tem parte de sua renda revertida para o incentivo da prática do skate, patrocinando e formando atletas. A primeira leva foi um sucesso. Todo o estoque, que demorou três meses para ser produzido, foi vendido em apenas três dias. Hoje, a LayBack Beer possui três rótulos para região Sudeste e produz mais de 40 mil litros por mês. A fabricação no sudeste é feita em parceria com a Backer.
As sócias do Cortiça, Paola Paz (atrás do balcão) e Paula Bernardes: "Antes, os vinhos só poderiam ser degustados em ocasiões e lugares especiais. Era um luxo. Nós vamos na contramão da gurmetização", diz Paula - Foto: Violeta Andrada/EncontroAssim como o Cortiça, o bar do
LayBack não vende comidas e petiscos. Para matar a fome é preciso escolher uma mesa e esperar ser atendido pelos garçons de um dos cinco restaurantes do espaço. Dá para pedir a entrada em um, o prato principal em outro e a sobremesa em um terceiro, por exemplo. A culinária fusion do Rokkon combina bem com esse espírito. "Temos pratos trufados, mix de cogumelos e sushi premium", diz o sócio Mauro Sallum.
"Estamos sempre pesquisando para ficarmos alinhados com as tendências do mercado." Para quem se anima mais com o paladar da culinária argentina ou italiana, uma boa pedida é o Pizza Sur, com suas empanadas e pizzas. Quer ficar com a
gastronomia mineira mesmo? A Mercearia 130 é famosa por seu "picolé mineiro", uma porção generosa de torresmo de costela, assada no forno durante quatro horas. "É nosso carro-chefe", diz Marcos Lucchese, um dos sócios da casa. Para acompanhar, cai bem uma dose de cachaça.
O skatista e empresário Pepe Laporte: "Queremos que aqui seja um espaço onde as pessoas possam se divertir, e se encontrar e expor sua personalidade, seja através da arte, seja música ou do esporte" - Foto: Violeta Andrada/EncontroO
LayBack Park traz uma novidade: o The Cut, que vende sanduíches de kebab (aquele espeto de churrasco vertical que fica assando por horas). A preparação começa bem antes de acender o fogo. "Costumo deixar as carnes de boi e frango marinando por pelo menos seis horas", diz o chef Lucas Resende. Já quem prefere algo mais tradicional pode optar pelo cardápio do Savá. O pub da Savassi levou para o centro gastronômico seus búrgueres e sanduíches de salsicha, linguiça ou frango.
O
skatista Pepe Laporte arrisca dizer que o
LayBack será importante para o legado do esporte em BH. "Mais para a frente, nossa ideia é criar uma escolinha, formando atletas e inserindo pessoas na modalidade", diz. "Queremos mostrar para as crianças que elas podem trabalhar e viver de
skate. Quem sabe o próximo Pedro Barros não sai de Belo Horizonte?". Para quem precisa de um incentivo, em 2020, a pista do
LayBack Park BH será o palco de uma das etapas do Campeonato Brasileiro de Skate. Vêm manobras bem radicais por aí.
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