No verão, as regras são simples e as exigências são poucas. Roupas leves, filtro solar e bastante hidratação. Esse é o kit básico. É bom também escolher o horário de sol mais ameno e não inovar nas atividades sem antes consultar um educador físico. Cuidados anotados, é só se vestir e seguir o rumo do sol. Lui Filho, educador físico e dono da The Beat Training, no Vila da Serra, é um incentivador da prática que mescla o treino freqüente na academia com atividades outdoors. Ele tem muitas rotas para sugerir. Lui promove grandes treinos em áreas abertas, usando bikes de spinning. Além disso, sua academia desenvolve atividades que unem exercício físico e diversão e podem ser feitas correndo, caminhando ou de bike. Uma delas é a travessia entre a região da Lapinha e a cachoeira do Taboleiro, em Conceição do Mato Dentro. Este ano, a equipe de Lui promoverá também expedições pela Patagônia, no Chile e Argentina. Segundo ele, o propósito vai muito além de manter o corpo em forma. "Ter contato com a natureza, ficar descalço, é maravilhoso." Um dos grandes benefícios das expedições, segundo o educador físico, é a possibilidade de fazer novos amigos. "Conhecer pessoas que gostam de fazer o mesmo que você, ter um grupo para viver novas experiências, é muito bom."
Para Lui, o propósito das atividades é ser um antídoto para a vida corrida, dentro de espaços fechados, unindo em um mesmo lugar relacionamento humano, saúde e bem estar. O programa ao ar livre da The Beat Training começou nas praças da cidade, promovendo alongamentos e treinos livres usando o próprio peso do corpo. Depois, tudo terminava com uma ação coletiva para recolher o lixo do local. "O grupo foi ficando tão grande que transformamos a atividade nas expedições ao ar livre que fazemos agora", diz.
Alguns cuidados são importantes para quem gosta de usar as praças e ruas no seu roteiro de treinos. Eduardo Botelho, dono da academia Insane World, no Estoril, recomenda o uso do monitor de freqüência cardíaca e lembra que antes de se aventurar em exercícios mais ousados, todos devem passar por um cardiologista. No mais ele aprova a iniciativa. "Corridas e caminhadas são atividades fáceis. Não tem custo e proporcionam um alto gasto calórico", diz. Para quem quer experimentar outros exercícios, uma dica também são os grupos que tem orientação de educadores físicos e usam as praças como salas de aula. "As possibilidades são inúmeras, dos patins aos alongamentos ou meditação, é possível aproveitar muito bem os espaços abertos", diz Thiago Fonseca, professor da People Treinamento e Saúde, no Buritis. Segundo ele, sair de casa para uma caminhada pode ser o primeiro passo para deixar a zona de conforto e incluir a atividade física na agenda.
Desde criança a nutricionista Clara Wood procura pelos espaços abertos para variar a rotina. "Gosto muito de me esticar, de pendurar", diz. A primeira coisa que ela faz quando chega a um parque ou praça é encontrar bancos e árvores, onde possa subir e se alongar. Segundo Clara, a proximidade com a natureza e com o espaço aberto também a deixa mais criativa. "Sempre vejo algo diferente nas ruas. Quando percebo alguém fazendo um movimento novo, eu me sinto inspirada a testar", diz ela. Em BH, Clara é fã do parque da Serra do Curral e da Praça da Assembleia. "No verão, uso bastante filtro solar e levo sempre comigo a garrafinha de água de coco." Clara se sente animada e bem disposta com o sol. Com razão. Um estudo realizado pela Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, mostrou um dado interessante sobre os espaços abertos. Quando a caminhada é feita ao ar livre a chance de se persistir na atividade é 23% maior em comparação à esteira. E não é que o Jota Quest está certo? "Pra onde tenha sol / é pra lá que eu vou..."
Dicas de como treinar em ruas e praças
Eduardo Botelho - Professor e dono da Insane World
Lui Filho - Professor e dono da The Beat Training
Thiago Fonseca dos Santos - Professor na People Treinamento e Saúde