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Para se preparar para o retorno das 115 crianças matriculadas - apenas 6 permanecem em casa, por opção dos pais -, a Chez L'Enfant passou por adaptações do espaço físico e treinamento dos funcionários, para garantir a segurança de todos. Entre as regras para o retorno, publicadas pela prefeitura no Diário Oficial do Município, estão o uso de máscara em tempo integral, dentro e fora das salas de aula, e que alunos e funcionários deverão levar seus próprios copos ou garrafas de água de uso individual. O tempo máximo de permanência do aluno na escola deverá ser de quatro horas e parquinhos são permitidos para crianças a partir de 3 anos.
Outra medida foi o envio de um "check-list" à família, que recomenda: aferir a temperatura antes de ir (se tiver febre, não mandar); ir de banho tomado e cabelo preso; lavar o uniforme diariamente; e não passar em nenhum comércio antes da aula. Na entrada da escola, um funcionário mede a temperatura e higieniza o calçado e a mochila para a criança entrar. Dentro das salas, o distanciamento é marcado no chão: 2 metros entre uma criança e outra. São no máximo 12 por sala e só entra quem está naquela bolha. "Se alguém estuda de manhã, não pode ir um dia na turma da tarde, por exemplo", explica a diretora Maria Lúcia.
Medidas semelhantes foram adotadas nas unidades do colégio Santo Agostinho dos bairros Santo Agostinho e Gutierrez, além de Nova Lima, onde as aulas voltaram em 10 de maio. Uma semana antes da retomada foram realizadas reuniões com pais para esclarecer como tudo iria acontecer. Nas lives com as crianças, as professoras abordaram o assunto em várias situações e de diferentes maneiras. "Preparamos três vídeos de animação, com voz de criança, em que os envolvemos diretamente como protagonista dessa história, assumindo o papel de super-heróis", conta Aleluia Heringer, diretora de relações institucionais do colégio. A instituição também buscou uma consultoria para criar o próprio Protocolo de Saúde e Segurança, que foi finalizado e apresentado às famílias, por meio de lives, em dezembro do ano passado. "Tivemos a estrutura completamente adequada com as sinalizações necessárias e distanciamento físico previsto no plano de retomada. As áreas de uso coletivo foram identificadas com o número de pessoas que comportam e outras, sem ventilação adequada, foram interditadas. Barreiras sanitárias foram instaladas e os ambientes e superfícies são higienizados de 2 em 2 horas pelas equipes de limpeza", diz Aleluia.
A rede de ensino Coleguium, que possui 20 unidades em Minas Gerais, também criou um protocolo próprio, feito a partir das diretrizes fornecidas por órgãos federais e internacionais, como o Ministério da Saúde, Anvisa e CDC (Centers for Disease Control and Prevention), e por meio de intercâmbio de informações com escolas de outros países. "Estabelecemos a retomada gradual, segmentada por fases. Os recreios das turmas são em horários e locais diferentes e não há disponibilização de brinquedos nos intervalos", diz Daniele Passagli, diretora-geral da rede. "Em outras fases, em que será permitido o uso das áreas comuns, todos os espaços serão limitados, seguindo as regras de distanciamento social e higienização constante."
As escolas também adotaram horários diferenciados para a realização das atividades, procedimentos de limpeza e desinfecção constantes, uso e disponibilização de álcool em gel, uso de máscara dentro e fora de sala de aula e a ventilação natural das salas. "Também há aferição de temperatura e uma central de monitoramento. Em caso de febre ou outros sintomas, o aluno será encaminhado para a sala de espera, avisando a coordenação para que o responsável seja notificado", afirma Daniele.
A escola Bilboquê, presente nos bairros Gutierrez e Buritis, precisou se reinventar antes mesmo da retomada das aulas presenciais. Ao longo do ano passado, viu o quadro de alunos cair em mais de 50%. "Depois de 15 dias fechados, os pais foram percebendo que seria impossível retornar as atividades escolares e, então, fomos recebendo aos poucos a suspensão das matrículas", lamenta a diretora pedagógica, Maria Claret Elias. "As escolas de educação infantil foram as que mais sofreram nesta pandemia."
Após meses buscando alternativas para manter as atividades, a diretoria decidiu transformar a escola em um espaço de brincar, em setembro do ano passado. "Começamos a desenvolver atividades com o apoio de uma empresa que deu toda a orientação para a utilização dos protocolos de segurança sanitária, para que nenhuma criança ou profissional viesse a adquirir dentro da instituição a doença", explica. Os protocolos foram mantidos e atualizados agora, para o retorno das aulas presenciais. "Estamos criando uma estrutura interna, da mesma forma que foi feita no espaço de brincar. Criamos barreiras sanitárias e plastificamos vários ambientes para facilitar a higienização", diz. A Bilboquê também criou bolhas de, no máximo, 12 alunos. Cada bolha tem uma cor e essa cor define os horários de entrada e saída, para que as famílias evitem o contato umas com as outras, além dos horários para usar os ambientes de brincadeira. Na troca entre uma aula e outra, os professores têm 10 minutos para fazer a própria higienização. "Os profissionais lavam as mãos, passam álcool, limpam os sapatos em um tapete sanitizante e trocam de roupa e jaleco", diz Maria Claret.
Embora ainda não tenha recuperado todos os alunos perdidos durante a pandemia, a Bilboquê já recebe novatos e algumas famílias em busca de retorno. E a volta às aulas é feita em um ambiente acolhedor. "Preparamos todas as turmas, enfeitamos a entrada. Percebemos o quanto a escola fez falta para as crianças e para os pais. Aos poucos, temos retornado com alegria e disposição", conta Maria Claret. "A escola hoje está viva. O que torna esse espaço educacional perfeito é a presença da criança." Esse foi o sentimento de todos os educadores, que precisaram lidar, nos últimos meses, com a saudade da alegria presencial.
10 boas ideias de medidas adotadas pelas escolas para reduzir o risco de contágio nas instalações - além dos obrigatórios uso de máscara, álcool em gel e aferição de temperatura:
- Trocar a areia do parquinho por grama sintética
- Trocar cordas de apoio nos brinquedos por rampas de madeira envernizada
- Fazer marcações no chão para indicar o distanciamento
- Higienizar mochilas e calçados na entrada
- Interditar os espaços com pouca ventilação
- Escalonar os horários de entrada e saída
- Plastificar ambientes para facilitar a limpeza
- Criar bolhas de até 12 alunos e restringir o contato com outras crianças
- Orientar os professores a se higienizarem e trocarem de roupa entre as aulas
- Criar um ambiente de isolamento para crianças com sintomas gripais aguardarem os pais buscá-las