A Casa Fartura funciona em um imóvel de 1936, no Lourdes: espaço multiuso que funciona como cafeteria, mercearia, espaço para eventos e livraria - Foto: Paulo Márcio/EncontroNascida em Minas Gerais, a maior plataforma de gastronomia no país, o Fartura - Gastronomia do Brasil, acaba de criar um espaço para chamar de seu. E o endereço não poderia ser em outro lugar que não em Belo Horizonte. E como lar de um bom mineiro, nunca falta boa comida à mesa, um café fresquinho ou uma cachacinha para abrir o apetite. Funcionando em um imóvel construído em 1936 e hoje tombado, na esquina das ruas Rio de Janeiro e Tomás Gonzaga, em Lourdes, o lugar funciona como um espaço multiuso, ou seja, junta um tanto de coisa - de cursos a biblioteca exclusiva sobre culinária - capaz de encantar todos aqueles que amam o universo gastronômico. "A Casa reúne o que fazemos durante todo o ano. É o local onde o público encontra um pouco de tudo que oferecemos: conhecimento, produtos de origem, eventos e encontros", diz o diretor Rodrigo Ferraz.
O diretor da plataforma Fartura - Gastronomia do Brasil, Rodrigo Ferraz: ele montou um espaço onde o público pode consumir tudo relacionado a gastronomia durante todo ano e não só nos festivais - Foto: Paulo Márcio/EncontroCom a ideia de ser uma casa compartilhada por chefs e produtores, tudo funciona ao redor de uma grande cozinha aberta para o salão. É ali, diante dos clientes, por exemplo, que são preparados os almoços vegetarianos assinados pela chef Carol Fádel, da Matula Cozinha, sempre às quartas-feiras. "Uso insumos frescos e da estação.
Não tem um cardápio fixo, ele varia de acordo com os melhores ingredientes que encontro na semana", diz Carol. O menu conta com entrada, prato principal e sobremesa e custa R$ 69,90. Recentemente, em uma dessas quartas, os clientes provaram a barqueta de salpicão, nhoque de abóbora na manteiga de trufas e, de sobremesa, pudim de doce de leite.
Centenária, a Mercearia Paraopeba, de Itabirito, chega a BH dentro da Casa Fartura: de canjiquinha e sabão de cinza - Foto: Paulo Márcio/EncontroLogo na entrada do imóvel está localizada a Doce que Seja Doce. Depois de sair da Savassi, a cafeteria da chef Luana Drumond aportou na Casa Fartura com seus bolos e doces de encher os olhos. "Agora com mais mesas e espaços, estamos trabalhando com reservas e eventos fechados", diz Luana. Além disso, no atendimento do dia a dia, a clientela continua se esbaldando com algumas delícias oferecidas pela cafeteria, a exemplo da famosa torta Matilda (R$ 25) - bolo denso de chocolate com camadas de caramelo e chocolate belga - e a cheesecake cremosa de frutas vermelhas (R$ 25). Aos finais de semana, das 10h às 15h, acontece o Cafezão Mineiro, com bufê liberado (R$ 49, individual e R$ 89, o casal). Dispostos sobre a mesa, receitas como broa, pão de queijo, bolo gelado de coco, casadinho de goiabada e requeijão.
Às quartas-feiras o almoço fica por conta da chef Carol Fádel: o menu é vegetariano e varia de acordo com os ingredientes da estação - Foto: Paulo Márcio/EncontroE não para por aí: o espaço também conta com vários parceiros que levam o melhor de Minas para as prateleiras da Casa. A Charcutaria Local traz salumeria e defumados como o Copa, sobrepaleta suína curada com sal, alecrim, cravo e mix de pimentas (R$ 35,50, 150 gramas) e pepperoni (R$ 25,50, 150 gramas). A cerveja é da mineira Albanos. Na carta, aparecem a Session Ipa (R$ 14) e a Life Larger (R$ 12). Já para quem não dispensa levar para casa bons cafés, a seleção dos produtores fica a cargo dos sócios Guilherme Hamers Costa e Daniel Cabral, do Noete Café.
Aos finais de semana, a Doce que Seja Doce oferece seu famoso Cafezão: com quitutes bem caseiros como bolos, broas, pão de queijo e requeijão - Foto: Mariama Lopes/DivulgaçãoUm dos pontos altos da casa é, sem dúvida, uma unidade da Mercearia Paraopeba. Fundada há mais de um século em Itabirito, é uma daquelas vendinhas típicas do interior, que ainda mantém o caderninho de fiado e fornece açúcar para seu Vicente fazer a goiabada e dinheiro para dona Virgínia plantar o milho e pagar com o fubá de moinho d’água que ela produz em suas terrinhas.
Comandada por Roney Antônio de Almeida, o Roninho, a Mercearia Paraopeba é uma verdadeira instituição. Como não poderia ser de outra forma, a turma se perde entre as centenas de produtos que tomam conta das prateleiras. Entre os itens mais procurados está a famosa conserva de alho frito (R$ 49), perfeita para ser usada nos mais diversos preparos. Há também alguns mineiros clássicos como a goiabada cascão (R$ 30), canjiquinha (R$ 4,50) e feijão fresquinho (R$ 13). E dá para viajar no tempo. Coisas que só a Paraopeba pode mesmo oferecer como travesseiro de macela, pião de madeira e até o já quase extinto sabão de cinzas, muito usado por nossos avós como anti-inflamatório.
Com mais de 120 títulos, os livros foram uma escolha do jornalista e chef André Boccato: toda voltada para culinária - Foto: Mariama Lopes/DivulgaçãoDepois de peregrinar pelos produtos, vale pedir um café e se perder entre as páginas dos livros de um espaço dedicado exclusivamente para o tema gastronomia. Com curadoria do chef e jornalista André Boccato, são mais de 120 títulos à disposição dos clientes. Entre eles, alguns que retratam um pedacinho de Minas - terra de e do Fartura, como Brasil de Minas Gerais - Gastronomia e Turismo (R$ 110).
Centro de eventos
Durante todo o ano, a Casa Fartura serve como palco para eventos, palestras, aulas e jantares. No final de 2022, a casa recebeu chefs internacionais, como o francês Patrick Terrien, da Le Corden Bleu, e a espanhola Nieves Barragán, chef estrelada dona do Sabor, em Londres. Para acompanhar o calendário de acontecimentos no decorrer do ano é só entrar no @casafartura, no Instagram.
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