Revista Encontro

Melhores de 2025

Conheça os profissionais vencedores do Prêmio Encontro Gastrô

Anúncio dos campeões da 23ª edição da premiação aconteceu no último dia 8 de setembro

Pollyana é decoradora e organizadora de evento e, atualmente, cursa processos gerenciais - Foto: Paulo Márcio
No último dia 8 de setembro, o Centro de Convenções da CDL/BH recebeu a 23ª edição do Prêmio Gerdau de Gastronomia – Encontro Gastrô 2025. A premiação reuniu cerca de 600 convidados, entre chefs, empresários, autoridades e amantes da boa mesa, para celebrar um dos principais prêmios gastronômicos regionais do país.
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Com quase 240 mil votos do público, o prêmio destacou os nomes que fazem a diferença na cena gastronômica de Belo Horizonte. Abaixo você conhece os melhores profissionais eleitos pela premiação, nas categorias Maître do Ano, Sommelier do Ano, Chef Revelação e Chef do Ano. 
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Polyana Oliveira (Pacato) - A arte de costurar a melhor hospitalidade para os clientes (Vencedora Maître do Ano)

O Pacato é o primeiro restaurante em que Polyana Oliveira atua. Antes, trabalhou por 18 anos como costureira em ateliês de marcas de qualidade. “Aos 39 anos, decidi fazer a transição de carreira. O Pacato não só abriu as portas para isso, como ofereceu e oferece grandes oportunidades de trabalho”, conta ela.
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Polyana tem formação como decoradora e organizadora de eventos e, atualmente, cursa Processos Gerenciais.  Contratada como hostess, acabou se apaixonando pelo trabalho no salão. “Fui aprendendo com meus colegas e meus chefes e adquirindo experiência através da vivência do dia a dia”. Três anos e meio depois, ela é a vencedora do prêmio Gastrô 2025 de Maître do Ano. 
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“Na nossa profissão, lidamos diretamente com as pessoas”, diz. “Para isso é necessário, além do perfil de liderança, a hospitalidade com clientes internos e externos”. Para Polyana, um maître também deve se dedicar a garantir a boa formação dos integrantes da brigada do salão e, ainda, facilitar a conexão com as demais equipes da casa e buscar a solução de eventuais conflitos. Ela se sente à vontade nesse papel, cujo objetivo final é garantir uma experiência positiva para todos. 
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Ao comentar sobre o sucesso em uma profissão até bem pouco tempo reservada aos homens, ela afirma: “Fico extremamente feliz e honrada por fazer parte deste momento tão importante na luta das mulheres por seu espaço no mercado de trabalho, principalmente no cenário da gastronomia”. E acrescenta: “É impossível dizer que somos tratadas com igualdade em relação aos homens em qualquer setor do mercado de trabalho. Sempre que você vir uma mulher no lugar de liderança, tenha certeza de que ela teve que se provar cinco vezes mais do que um homem para estar naquela posição. No entanto, também sou grata por trabalhar em uma empresa que prega a cultura da igualdade, seja ela de sexo, gênero ou raças”. 
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Ana Paula Santana (D’Artagnan) - Vanguarda feminina no mundo dos vinhos (Vencedora Sommelier)

Para Ana Paula, presença feminina traz um olhar especial ao mercado de vinhos, com delicadeza e paixão - Foto: Paulo MárcioA belo-horizontina Ana Paula Santana trabalha em restaurantes desde a adolescência e passou pela Rede Gourmet, 68 La Pizzeria, La Victoria e Redentor. Era funcionária do D’Artagnan durante a pandemia e, com o lockdown, foi obrigada a dar uma pausa na carreira. “Após a pandemia, voltei para o ‘Darta’ e comecei a focar na venda de vinhos, estudar por minha conta”, diz. 
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As irmãs Marise e Denise Rache, respectivamente proprietária e chef-executiva do bistrô, apreciaram a iniciativa e incentivaram Ana Paula. “No decorrer do processo, a Marise me ajudou com os estudos e ingressei na ABS no curso de sommelier”. Ela se formou em agosto de 2024, mas a essa altura já exercia a função. 
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Primeira mulher a assumir o posto de sommelier da casa nos 24 anos de existência do D’Artagnan, Ana Paula Santana adora o que faz. “Acredito que além do conhecimento sobre vinhos, o bom relacionamento com o cliente e o amor em servir também são essenciais para um bom sommelier”, avalia. “O que mais gosto é de explorar o mundo dentro da taça, saber que estou provando vinhos de diferentes lugares do mundo.” 

Sommelier há dois anos e meio, confessa ter passado por algumas situações “isoladas” nas quais se sentiu tratada de forma diferente por ser mulher em uma profissão até bem pouco tempo reservada aos homens. “Sinto-me bem aceita pelos colegas, até pelos mais experientes, o que me deixa muito feliz. É claro que às vezes surgem pequenos desafios, mas nada que ofusque a experiência positiva”, garante. Ela, inclusive, acredita que “a presença feminina traz um olhar especial para o mundo dos vinhos, com delicadeza e paixão”. “E isso é algo que o D’Artagnan valoriza muito, lembrando que é um restaurante que foi criado e administrado por duas mulheres, Marise e Denise”, conclui. 
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Petty - Um craque da Cozinha (Vencedor Chef Revelação)

Petty: ele saiu de Alagoas para ganhar a vida lavando pratos em São Paulo, onde aprendeu a cozinhar. Passou por diversas casas na capital paulista e, depois, em Brasília, onde comandou a cozinha do Gero; hoje, assina os pratos do Osteritta Papà: %u201CNão faço nada pela metade%u201D - Foto: Raimundo Sampaio/Esp. EncontroQuando jogava futebol na pequena Porto Calvo, em Alagoas, o jovem Josivaldo Mariano de Lima ganhou dos amigos um apelido que passou a ser sua marca: Petty, inspirado na semelhança de jogar deste lateral e ponta esquerda com um famoso ex-jogador francês, o meia Emmanuel Petit (da Seleção da França, aquele mesmo da final de 1998 contra o Brasil). O futebol ficou para trás e a culinária entrou na vida do alagoano assim que pisou em terras paulistanas, em 1997, aos 23 anos. 
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Por necessidade, Petty entrou no mercado gastronômico ao chegar a São Paulo, em busca de nova vida e de sustento para a família. Começou lavando louça no extinto restaurante Cadim, onde trabalhou por 10 anos e aprendeu a cozinhar. Lá, diz, foi “tomando gosto pela cozinha”. Mais tarde, passou por diversas casas, como Santa Grelha e ainda Chef Rouge e Lucca, ambos com Renata Braune, onde ganhou mais experiência e confiança. 
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Até que, em 2007, Petty mudou de cidade e foi trabalhar no Oscar, em Brasília, e do restaurante de hotel para o Gero, pouco mais de um ano depois. Na extinta casa do grupo Fasano, o chef ficou por longos 10 anos e essa página de sua vida tem um lugar especial em seu coração. Uma passagem pelo Totti, que também já fechou, até chegar ao Marie Cuisine, em 2020, Petty passou por todas casas do grupo Papà, em Brasília. 
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Foi assim que o chef veio para BH onde inaugurou o Marie daqui (fechado em julho), em 2023, e o Osteritta Papà, há um ano. O Osteritta se tornou em pouco tempo uma das casas tipicamente italianas preferidas da cidade. Já a capital mineira ganhou um admirador e o Mercado Central, com seu famoso fígado com jiló, um fã. Petty diz que não tem mais tempo para jogar futebol, mas na cozinha, para nossa sorte, o nosso craque joga bem em qualquer função. “Não gosto de fazer nada pela metade”, diz.
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Marise Rache (D’Artagnan) - Uma história de amor com a gastronomia (Vencedora Chef do Ano)

Marise Rache, a chef eleita por Encontro Gastrô a melhor da cidade pelo terceiro ano consecutivo, lembra de sua maior inspiração: %u201CMinha mãe, assim como toda a família materna, cozinhava muito bem. Ainda menina, ficava ali tentando aprender com ela%u201D - Foto: Paulo MárcioMarise Rache faz uma viagem ao passado para recuperar memórias que a trouxeram até aqui. Lembra com carinho das viagens de carro com os pais, Lygia e Dartagnan, para o Rio de Janeiro quando paravam no extinto restaurante Le Moulin, em Itaipava. “Tinha um pato e uma omelete com geleia espetaculares”, diz. Outro endereço que mora em suas lembranças é o do Hotel Regente e do também extinto Nino, ambos em Copacabana. Marise cresceu em uma casa que comer bem era assunto discutido em boas mesas. Enquanto ia expandindo o seu paladar em roteiros gastronômicos, também aprendia na cozinha do lar a arte dos temperos. “Minha mãe, assim como toda família materna, cozinhava muito bem. Ainda menina ficava ali tentando aprender com ela”, diz.
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Começou cozinhando para família e amigos. Mesmo durante as férias, levava uma mala de ingredientes para preparar pratos especiais nos dias de descanso. Há 24 anos, quando abriu o D’Artagnan, não tinha muita expectativa. Queria servir comida boa como sempre fez em casa. “Com seis meses de funcionamento, percebi que tinha encontrado o que queria fazer pelo resto da minha vida.”
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No cardápio, há muito sobre todas as vivências da chef. Clássicos da gastronomia, como costeletas de cordeiro com couscous marroquino e chutney de manga, dividem espaço com receitas saídas diretamente do caderno de dona Lygia, a exemplo do camarão com requeijão, arroz de coco e batata chips. As Sugestões da chef servem como um respiro de novidade para os clientes mais assíduos. Ali, Marise faz uma viagem pelos sabores de vários países e prepara desde Paella a Fileto alla Rossini. 

Considerada pelo terceiro ano consecutivo como a melhor chef de BH, Marise continua alimentando sua fome de mundo. Recentemente passou uma temporada em Londres. Em um jantar no Scott’s, casa tradicional de peixes e frutos do mar, provou o Sautéed monkfish cheeks and sanails. “É uma bochecha de tamboril com scargot, bacon e molho bordelaise. Me surpreendeu por ser um conjunto de ingredientes inesperados e que renderam um prato memorável”, conta. E, assim, Marise vai escrevendo novos capítulos em uma história de intimidade e amor com a gastronomia. 

 
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