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Pesquisa

Cientistas criam novo teste para detecção do câncer de pâncreas

Estudo foi realizado na USP e é bem mais eficaz que o Elisa

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- Foto: Pixabay


Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Laboratório Nacional de Nanotecnologia, do Hospital de Câncer de Barretos (SP), e a Universidade do Minho, de Portugal, criaram um biossensor capaz de diagnosticar precocemente o câncer de pâncreas, considerado um tipo de tumor raro no Brasil, porém altamente letal. Quando os sintomas aparecem é porque a doença já está em estágio avançado, tornando o tratamento mais difícil.

Segundo informações da Agência Fapesp, os cientistas construíram um dispositivo de baixo custo que consegue de detectar o biomarcador do câncer de pâncreas com alta sensibilidade e seletividade. "Conseguimos fazer um biossensor de baixo custo que demonstrou ser capaz de detectar o biomarcador do câncer de pâncreas em amostras reais de sangue e de células tumorais em uma faixa de relevância clínica", comenta Osvaldo Novais de Oliveira Junior, um dos criadores do marcador e professor da USP, em entrevista à Fapesp.

O dispositivo é formado por duas lâminas em escala nanométrica (bilionésima parte do metro), compostas por ácidos e anticorpos que reconhecem o antígeno CA19-9, proteína existente nas células cancerígenas. "O antígeno CA19-9 não é completamente específico para detecção de câncer de pâncreas. Pacientes com pancreatite também podem apresentar alteração na produção dessa proteína", explica o pesquisador.

Atualmente a detecção do CA19-9 é feita por meio do teste Elisa, que é um exame de sangue de alto custo e sensibilidade limitada, sendo difícil para detectar câncer de pâncreas em estágio inicial. "Produzimos o imunosensor com arquitetura mais simples possível para imobilizar anticorpos da proteína CA19-9. Para conseguir obter alta sensibilidade ao antígeno, a arquitetura de imunossensores que foi desenvolvida antes era mais complicada, utilizava mais materiais e tinha mais etapas de construção", diz Oliveira Junior à Fapesp.

Segundo o pesquisador, os resultados dos testes mostram que já é possível utilizar o imunossupresor na prática, mas há dois desafios: o de produzir os dispositivos em larga escala com os mesmos resultados e as análises de dados gerados pelos testes para estabelecer os padrões de detecção.

"Essas análises poderão ser feitas por meio de técnicas de computação, que permitem visualizar os dados em gráficos, e de seleção de atributos, que possibilitam escolher parte de um sinal gerado pelos testes para fazer distinções de padrões. Esse trabalho exigirá pesquisas com a participação de cientistas da computação", comenta o cientista.

(com Agência Brasil)

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