Revista Encontro

Prevenção

Existe um grupo que não pode ser vacinado contra febre amarela

Especialista fala sobre o risco do imunizante para essas pessoas

Da redação com assessorias
- Foto: André Luiz D. Takahashi/Flickr/Creative Commons/Reprodução

Segundo a secretaria de estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) o primeiro boletim epidemiológico referente à terceira onda da febre amarela, que corresponde ao período de julho de 2018 a junho de 2019, não registrou caso confirmado de contaminação pela forma silvestre da doença em seres humanos – neste caso, é a transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, já que nos centros urbanos o transmissor é o Aedes aegyti.

Para evitar a febre amarela, além do combate aos insetos, é preciso receber a vacina. De acordo com a SES-MG, três milhões de mineiros ainda não receberam o imunizante. No entanto, nem todos podem receber a dose, sabia? "As crianças que passam por algum tipo de tratamento contra o câncer e pacientes que já passaram por um transplante de medula óssea, por exemplo, não podem ser vacinadas. Isso porque esse grupo de pacientes se torna imunodeprimido durante esse processo", explica o oncologista Cláudio Galvão, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope). Esse grupo de risco inclui também os recém-nascidos até 6 meses.

As vacinas, em geral, são fabricadas com vírus atenuados. O problema é que, apesar de causar o efeito imunizante na população, elas podem ser prejudiciais em pessoas cujo sistema imunológico esteja enfraquecido, caso de crianças e pacientes que passam por quimioterapia, por exemplo. Conforme  o médico, "a concentração produzida para 'ensinar' o corpo a se defender da doença pode justamente enfraquecer o sistema ou até mesmo infectar o paciente".

Ainda assim, é importante ressaltar que esse risco diz respeito apenas aos pacientes imunodeprimidos, sendo a eficácia e segurança das vacinas largamente comprovadas pela literatura médica e científica.

Para os pais que não podem vacinar os filhos contra a febre amarela, a alternativa de prevenção pode ser feita com o uso de repelentes. O especialista recomenda produtos que contenham o químico IR3535 para as crianças a partir dos 6 meses de idade e os repelentes com DEET (dietiloamida) e Icaridina para quem tem mais de 2 anos.
Em todos os casos é importante ter atenção quanto à concentração desses produtos e a frequência que se pode repetir a aplicação.

Para evitar reações alérgicas dos produtos industrializados, Cláudio Galvão indica repelentes naturais, que são mais seguros. "Usar repelente natural como óleo de citronela, andiroba e capim limão traz a segurança de que a criança não será picada e evita alguma reação na pele, mas a alta volatilidade desses produtos exige que a aplicação precisa ser repetida em curtos intervalos de tempo", diz o oncologista..