Revista Encontro

Bem-estar

Uma Aspirina por dia não previne problemas cardiovasculares

O alerta é de duas entidades médicas americanas

João Paulo Martins
- Foto: Pixabay

Durante décadas, milhões de pacientes em todo o mundo, especialmente nos Estados Unidos, ingeriram diariamente uma dose baixa de Aspirina (ácido acetilsalicílico ou AAS), entre 75 e 100 mg, na tentativa de prevenir ataques cardíacos e derrames. Mas em documento divulgado em março de 2019, o Colégio Americano de Cardiologia e a Associação Americana do Coração revelaram novas diretrizes de saúde, entre elas, a afirmação de que adultos saudáveis %u200B%u200Bcom risco médio de doença cardíaca não recebem benefício ao consumir diariamente um comprimido de Aspirina.

As entidades passaram a classificar esse uso do ácido acetilsalicílico como "um tratamento médico de baixo valor".

"O termo foi cunhado para classificar testes e medicamentos que são ineficazes e não fornecem nenhum benefício para o atendimento médico de um paciente. Em vez disso, os cuidados de baixo valor podem realmente expor os pacientes a danos, desviar o foco dos cuidados benéficos e resultar em custos desnecessários para o paciente e para o sistema de saúde", comenta o médico da família Inderveer Mahal, em artigo publicado no portal The Conversation no dia 4 de abril.

Como diz o especialista, existem estudos, além das novas diretrizes, que apontam que pacientes de risco cardíaco médio são expostos a danos decorrentes de sangramento ao usarem a Aspirina para supostamente prevenir doenças do sistema cardiovascular.

"Na verdade, a melhor proteção é o exercício regular, uma dieta saudável e evitar fumar", afirma o médico americano.

"O mais importante é evitar a Aspirina em pessoas com risco aumentado de sangramento, incluindo história de sangramento gastrointestinal ou sangramento de outros locais; em idosos acima de 70 anos; pacientes com trombocitopenia; com coagulopatia; com doença renal crônica; e que usem concomitantente antiinflamatório não-esteroidal, drogas, esteroides ou anticoagulantes", alertam o Colégio Americano de Cardiologia e a Associação Americana do Coração no documento divulgado em março.
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