Revista Encontro

SAÚDE

Endocrinologista reforça alerta sobre os perigos da obesidade

Entre os problemas causados pelo excesso de gordura corporal, estão diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares, apneia do sono e elevação dos níveis de colesterol e triglicerídeos

Leticia Fulgêncio
Projeção da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que, em 2025, mais de 700 milhões de pessoas estarão obesas - Foto: Pixabay
Afinal, o que define a obesidade? Segundo Paulo Miranda, endocrinologista da Unimed-BH, o Índice de Massa Corporal (IMC) é o principal indicador. Esse número avalia indiretamente a proporção de gordura no corpo por meio da relação entre peso e altura (basta fazer um cálculo dividindo o peso pelo quadrado da altura). Se o resultado der acima de 30, configura-se como obesidade. Entre 25 e 30, sobrepeso. Atualmente, no Brasil, mais de metade da população está nas faixas de sobrepeso e obesidade. Projeções da Organização Mundial de Saúde (OMS) para os próximos cinco anos estimam que, em 2025, mais de 700 milhões de pessoas estarão obesas.

O endocrinologista Paulo Miranda: "Tratar a obesidade é imprescindível, porquê ela é uma condição de saúde associada a várias outras doenças" - Foto: Arquivo pessoalCausas

De acordo com o médico, na maioria das vezes, a doença é causada por um conjunto de fatores. Desde questões como predisposição genética e alterações orgânicas, até hábitos alimentares e sedentarismo. "Não podemos simplificá-la a um só fator", diz Paulo Miranda.
Ele cita, ainda, causas secundárias, como uso de medicamentos e condições hormonais e genéticas específicas que atingem uma pequena parcela dos pacientes. Nestes casos, para identificá-las, é preciso passar por uma avaliação médica minuciosa e fazer exames laboratoriais.

Consequências na saúde

O endocrinologista destaca que "tratar a obesidade é imprescindível, porque ela é uma condição de saúde associada a várias outras doenças". Entre os problemas citados por ele estão diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares, apneia do sono e elevação dos níveis de colesterol e triglicerídeos. Ele alerta que, até mesmo, alguns tipos de câncer estão associados à obesidade. Ainda segundo Paulo Miranda, o excesso de gordura corporal pode, inclusive, dificultar o tratamento de doenças respiratórias como a asma.

Tratamento e prevenção

O médico reforça que o tratamento da obesidade não deve ter objetivos estéticos, mas sim de melhoria da condição de saúde do paciente. Ele diz que perder 5% do peso inicial já reduz os riscos de doenças associadas e facilita o controle dos problemas já existentes no organismo. Paulo Miranda também lembra que praticar atividades físicas é fundamental para que qualquer pessoa tenha uma qualidade vida adequada e que o sedentarismo, independentemente do IMC, aumenta os riscos do desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
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