Revista Encontro

ESPECIAL NOVO CORONAVÍRUS

Médicos tiram dúvidas de seguidores nas redes sociais

Medida é forma de evitar o pânico e desafogar hospitais e pronto-socorros

Alessandro Duarte
Médicos buscam tranquilizar pacientes à distância para que eles não busquem unidades de saúde sem necessidade - Foto: Pixabay
Nesta semana, alguns médicos começaram a publicar em suas redes sociais um texto se colocando à disposição para tirar dúvidas de seus seguidores a respeito do novo coronavírus. A ideia é que as pessoas resolvam suas questões sem que precisem se dirigir a um pronto socorro ou hospital. A iniciativa, sem custo nenhum para quem está fazendo a pergunta, tem como objetivo evitar que o sistema de saúde fique saturado, ao manter em casas pessoas que não estejam precisando de atendimento de urgência.

"Queremos ajudar a evitar pânico", afirma José Roberto Melo, dono de uma clínica de medicina integrativa e pós-graduado em nutrologia e pós-graduando em endocrinologia. a gente fica vendo as notícias sobre a epidemia e acaba deprimido e com sintomas como insônia e ansiedade. O estado em que estamos gera muitos gatilhos. É nossa função tranquilizar as pessoas." Segundo José Roberto, até a última terça-feira (dia 24) todas as mensagens recebidas puderam ser resolvidas sem que houvesse a necessidade de encaminhar o seguidor para um hospital ou posto de saúde. A iniciativa tomou corpo após a homenagem prestada pelos brasileiros em quarentena a médicos e demais profissionais da saúde. De norte a sul do país, pessoas saíram nas janelas e aplaudiram os heróis que estão na linha de frente do combate à Covid-19.

O oftalmologista Bruno de Miranda Cordeiro, que atua em clínica e é professor da Faculdade de Ciências Médicas, também postou a mensagem em suas redes sociais.
Ele explica que não se trata de uma consulta médica à distância, mas um tira-dúvidas para que se esvazie as salas de espera e, assim, a propagação da doença. "Uma pessoa me procurou porque estava com sintomas de gripe e recomendei que ela ficasse em observação e não procurasse um pronto socorro. Ela não estava na faixa etária de risco e não estava com sintomas graves. Então, essa é a recomendação." Nesse momento de apreensão, às vezes, tudo o que se precisa é de uma palavra tranquilizadora. E, claro, avalizada.   
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