Fundador e presidente do conselho administrativo do Grupo Oncoclínicas, o oncologista clínico Bruno Ferrari destacou alguns números preocupantes do levantamento Impactos do Coronavírus na Vida do Paciente com Câncer", feito pelo Instituto Oncoguia. "Nos dois primeiros meses do coronavírus no Brasil, 31% dos entrevistados afirmaram notaram alterações no tratamento oncológico, como interrupções e adiamentos de consultas e procedimentos, em decorrência da pandemia", disse. Nesse mesmo período, 41% dos pacientes entrevistados também haviam sentido esse impacto. Para Bruno, os números refletem bem o primeiro impacto do novo coronavírus por aqui, com pessoas com muito medo de sair às ruas e centros de saúde precisando se organizar diante do imprevisível.
De acordo com a oncologista clínica Clarissa Mathias, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, o adiamento de cirurgias e mesmo os diagnósticos que deixaram de ser feitos neste momento de crise na saúde mundial podem significar avanço em casos da doença sendo descoberta em fases mais avançadas. "Isso impacta diretamente nas chances de resposta aos tratamentos no combate ao câncer", disse. Com a situação da pandemia um pouco menos grave, é hora de destacar a importância de dar continuidade aos acompanhamentos que eventualmente foram deixados de lado. "Agora, já estamos vendo pessoas e serviços se reorganizando, modificando padrões e comportamentos e, pouco a pouco, retomando os tratamentos", afirmou Bruno Ferrari. "Ainda vivemos os reflexos das incertezas provocadas por esse vírus, mas temos repetido incansavelmente: o câncer não espera. Cuide-se."
.