Revista Encontro

Cuidado

Férias escolares exigem atenção extra para evitar acidentes com crianças

Quedas, queimaduras e ingestão de objetos estão entre os principais atendimentos no Hospital João XXIII

Agência Minas
De janeiro até junho deste ano, o Hospital João XXIII (HJXXIII) registrou 2.600 atendimentos a crianças - Foto: Francis Campelo/Divulgação
Com o início das férias escolares, é necessário que pais e cuidadores estejam ainda mais atentos às crianças, adotando medidas para minimizar as chances de acidentes domésticos. De janeiro até junho deste ano, o Hospital João XXIII (HJXXIII), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), registrou 2.600 atendimentos a crianças. Os casos mais comuns são queda da própria altura, ingestão de corpos estranhos (peças pequenas, grãos, objetos) e queimaduras.
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As crianças menores, de 0 a 5 anos, merecem ainda mais a atenção. No primeiro semestre deste ano, elas representaram quase metade das ocorrências recebidas na unidade, com 1.263 atendimentos. O motivo campeão de ocorrências nessa faixa etária são os acidentes com corpo estranho, com 556 casos neste primeiro semestre.
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Apesar de parecerem mais “independentes”, as crianças maiores também podem se machucar em casa. Davi Lucas, de 11 anos, deu um susto em sua mãe, Rosalva Neves. O menino caiu da escada, sofreu um traumatismo craniano e trincou o dedo mindinho da mão esquerda.
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O garoto possui uma órtese e precisou ficar sem utilizá-la por um tempo, enquanto ela estava no conserto. “Eu acho que ele pode ter ficado desacostumado. Quando ele foi descer a escada da nossa casa, se desequilibrou e caiu desmaiado. Na hora corri com ele para o hospital”, relatou a mãe, que destacou que o atendimento do João XXIII tem sido importante para a recuperação de seu filho.
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Prevenindo acidentes

O coordenador do Trauma Pediátrico do Hospital João XXIII, André Marinho, alerta sobre os riscos de queimadura nas férias escolares: “Com as crianças passando mais tempo em casa, é comum que elas acessem a cozinha desacompanhadas de um adulto. Os pais devem ficar atentos a isso”, pontua. O médico aconselha, ainda, como medida de segurança, utilizar as bocas de trás do fogão para cozinhar.
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Entre as principais dicas para a construção de um ambiente mais seguro em casa, André destaca algumas, como trancar produtos de limpeza e medicações e instalar telas de proteção em janelas e próximo a escadas. “O importante é ir adaptando os cuidados à medida que a criança cresce”, lembra Marinho.
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Na hora da brincadeira com patins, bicicleta e patinete, é importante que as crianças utilizem equipamentos de segurança, como capacetes, joelheiras e cotoveleiras. E estejam sempre acompanhadas de um adulto.

Em casos de acidentes, o médico ressalta o que fazer antes de levar a criança ao hospital. “Se ela bateu a cabeça, o importante é deixá-la acordada até o atendimento médico. Em caso de queimadura, o ideal é colocar o local da lesão em água corrente a temperatura ambiente. No caso de intoxicação, a criança deve ser levada o mais rápido possível a um hospital e não se deve dar alimentos, líquidos, medicação ou induzir o vômito”, pontua. “Em todos esses casos, o Samu pode ser acionado”, conclui.
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