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Lobão é um cantor de poucas palavras. Entre um “boa-noite, rapaziada” e brindes com o copo d’água, desejando saúde e até um “viva a vida,” dirigiu poucas palavras à plateia, quando mostrou canções dedicadas a Júlio Barroso e a Cazuza.
De ícones à lenda urbana
Lobão abriu o calendário 2014 da festa Insanidade. E a noite foi para reverenciar nomes que fazem parte da história do rock. Cada um, a seu jeito, fez sua homenagem, tirando do armário a tal atitude roqueira traduzida em camisetas pretas – e estampas de Beatles, ACDC, Ramones, Black Sabbath, Queen e Raul Seixas –, calças de couro e tachas, muitas tachas, em todas as variações de acessórios. Os mais animados – e ousados – caprichavam ainda mais na produção com perucas e pinturas no rosto com referências ao Kiss e a David Bowie.
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Apesar do clima de “já é carnaval”, não havia concurso da melhor caracterização da noite. Se houvesse, o título estaria nas mãos do casal Roberto Márcio e Gabriela Borim. Foram relembrando os personagens de O mágico de OZ Dorothy e o Homem de Lata. Mas o que os dois teriam a ver com os ícones do rock, tema da festa? Existe uma lenda no rock’n’roll sobre uma sincronia entre o disco do Pink Floyd e o longa-metragem lançado no fim dos anos 1930. Roberto foi original não só na forma como fez seu Homem de Lata, usando papelão pintado de prateado, como pela escolha do tema.
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Já entre os, digamos, mais sem noção da noite, o título ficou para um rapaz, visivelmente entusiasmado por alguns copos de cerveja, que apareceu na fila do gargarejo e gritou: “Lobão, seu coxinha! Eu também sou coxinha”. O músico não ouviu, se ouvisse teria dado gargalhadas. Afinal, coxinha – que define mauricinhos – não define o mais rebelde dos roqueiros brasileiros.