Revista Encontro

SOB NOVA DIREÇÃO

'O que se verá é a extinção do IPI', diz novo presidente da Anfavea

O advogado e contador mineiro Márcio de Lima Leite assumiu, nesta segunda (2), a presidência da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores

Fábio Doyle
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De São Paulo - Assumiu hoje a presidência da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) para a gestão 2022 -2025, o advogado e contador mineiro Márcio de Lima Leite, que sucede Luiz Carlos Morais.

O novo responsável pelo comando da Anfavea é Vice-Presidente de Assuntos Jurídicos, Tributários e de Relações Institucionais da Stellantis na América do Sul. Ele está há 21 anos nesse grupo empresarial - denominado Fiat até 2014, depois FCA (Fiat Chrysler Automóveis) a partir da fusão com o grupo Chrysler, e Stellantis desde janeiro de 2021, com a fusão da FCA com o grupo PSA. A Stellantis reúne 14 marcas, com destaque para Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e Ram.

A setor automotivo movimenta hoje 98 mil empresas, mais de 500 fornecedores e seu faturamento representa 36% do PIB do país. O maior desafio a ser enfrentado pelo vigésimo presidente da associação, que completa  65 anos de existência, é fazer crescer a competitividade do setor. A capacidade produtiva das montadoras instaladas no Brasil é de 4,5 milhões de unidades por ano, sendo que apenas 50% dela está sendo efetivamente utilizada.

Lima Leite classificou como louvável a política de redução de impostos que está sendo implementada pelo governo federal e aplaude a redução de 25% do IPI - impostos sobre produtos industrializados, que hoje entra em vigor. Ele considera que esse é o primeiro passo, afirmando que no médio prazo "o que se verá é a extinção do IPI".

Amanhã (3/5) o novo presidente da Anfavea estará com a nova diretoria da associação em Brasília, quando se reunirá com o ministro Paulo Guedes e a equipe econômica do governo federal. A expectativa é que saiam dessa reunião com novas diretrizes voltadas para a questão da competitividade do setor, que passa necessariamente pela redução da carga tributária.

Sobre o crescimento da eletrificação dos veículos, Lima Leite afirmou que todos os fabricantes que atuam no mercado brasileiro terão seus modelos elétricos, mas deixou entender que nesse campo, em sua visão, a evolução no Brasil deverá ser menos rápida do que em outros países, como a China, por exemplo. Isso porque ele acredita que o etanol brasileiro faz com excelência o papel do combustível não poluente, como a energia elétrica, com uma melhor relação custo benefício.
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