Publicidade

Estado de Minas SAÚDE

Cuidado, remédios podem afetar nossa capacidade auditiva

Para se ter uma ideia, existem mais de 200 medicamentos ototóxicos, ou seja, que causam danos à audição quando ingeridos em excesso ou sem prescrição médica


postado em 26/01/2015 17:08 / atualizado em 26/01/2015 17:02

Medicamentos que contêm salicilato de sódio, como a Aspirina, se consumidos em excesso ou sem prescrição médica, podem atacar o sistema auditivo(foto: Pantryspa.com/Reprodução)
Medicamentos que contêm salicilato de sódio, como a Aspirina, se consumidos em excesso ou sem prescrição médica, podem atacar o sistema auditivo (foto: Pantryspa.com/Reprodução)
O uso prolongado, em altas doses, de quase 200 medicamentos, pode provocar tonteira, zumbido e até perda auditiva. Diuréticos, pílulas anticoncepcionais e antiinflamatórios consumidos de forma indiscriminada estão entre esses remédios de risco para o sistema auditivo.

Tomar com frequência medicamentos conhecidos como ototóxicos pode causar lesões graves – algumas vezes irreversíveis – nas partes do ouvido humano responsáveis pela audição e pelo equilíbrio. Muitos remédios contém o salicilato de sódio. "A Aspirina, por exemplo, está entre os medicamentos ototóxicos mais comuns", diz a fonoaudióloga Isabela Carvalho. Seu consumo de forma exagerada, pode causar sérios problemas. Por isso, o melhor é seguir a orientação de um médico.

A especialista alerta para os riscos da automedicação. "Infelizmente, é comum as pessoas tomarem remédios por conta própria, influenciadas pela indicação de vizinhos e amigos, o que é perigoso. As substâncias conhecidas como ototóxicas podem causar lesões graves e, muitas vezes, irreversíveis à cóclea, a parte do ouvido humano responsável pela audição", ressalta.

É importante lembrar que muitos desses remédios são essenciais no tratamento de doenças. Por isso, o ideal é que, antes do tratamento, sejam feitos exames para verificar se já existe alguma lesão auditiva que possa se agravar com o uso do remédio. Quimioterápicos usados no tratamento de câncer, antibióticos da família dos aminoglicosídeos – usados na prevenção e no tratamento de infecções pós-operatórias e até no combate à tuberculose – além de antineoplásicos e antimaláricos também fazem parte da lista de remédios que podem acarretar danos à audição.

Quando a perda auditiva causada pelos medicamentos ototóxicos ocorre ainda na infância pode gerar problemas na fala e no aprendizado, afetando o desenvolvimento infantil como um todo. "Nesses casos, a perda auditiva é irreversível e o processamento do som sofre prejuízo. Perde-se a capacidade de perceber com clareza a voz humana, os sons do ambiente e até a própria voz", explica Isabela Carvalho.

Os efeitos da ototoxidade dos remédios são amplos e atingem indivíduos de todas as idades. Nos ouvidos, esses medicamentos causam uma perda neurossensorial, temporária ou definitiva, de grau variado (de leve à profunda), de acordo com o remédio, a dose ingerida e o tempo de tratamento. "Aconselho a quem suspeita de alguma dificuldade auditiva que procure um médico otorrinolaringologista o mais rápido possível. A perda auditiva pode ter muitas causas: trauma acústico, infecções, idade avançada, mas pode ser conseqüência também do uso prolongado de um medicamento ototóxico", conclui a fonoaudióloga.

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade