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Estado de Minas SAÚDE

Tomar sol pode fazer mal mesmo com protetor

De acordo com pesquisa da USP, não só os raios UVA e UVB, que são bloqueados pelos filtros solares, causam lesões na pele e podem levar ao câncer: a luz visível também pode afetar as células


postado em 02/02/2015 18:32

De acordo com a pesquisa, mesmo usando protetor, a pele sofre o ataque da luz visível, ou seja, a que está compreendida no espectro entre a infravermelho e a ultravioleta(foto: Pixabay)
De acordo com a pesquisa, mesmo usando protetor, a pele sofre o ataque da luz visível, ou seja, a que está compreendida no espectro entre a infravermelho e a ultravioleta (foto: Pixabay)
Uma notícia ruim para quem gosta de tomar sol, mesmo que "besuntado" com protetor solar: os filtros disponíveis no mercado protegem contra os efeitos da radiação ultravioleta, invisível ao olho humano, mas não evitam os danos causados pela luz visível. E esses danos podem ser intensos.

Um estudo realizado por pesquisadores de São Paulo e do Paraná acaba de demonstrar que a luz visível também pode causar câncer de pele, que é o mais frequente no Brasil e corresponde a 25% dos casos de tumores malignos, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer.

De acordo com Maurício Baptista, professor do Instituto de Química e coordenador do estudo na Universidade de São Paulo (USP), o resultado não chega a surpreender. É que, do ponto de vista físico, a luz que o olho humano enxerga e os raios ultravioleta (UV) têm a mesma natureza. "Para a pele, a divisão entre luz visível e invisível é arbitrária", afirma o bioquímico.

Juntamente com a equipe de pesquisadores, Maurício demonstrou que a luz visível pode causar danos indiretos ao material genético (DNA) das células ao interagir com a melanina. Esse pigmento escuro, responsável pela coloração da pele, absorve parte da energia da luz visível e a transfere para moléculas de oxigênio, gerando formas altamente reativas. "Essa molécula de oxigênio excitado, por sua vez, reage com moléculas orgânicas, como o DNA, e as deteriora. Quando esse tipo de dano afeta um gene regulador da proliferação celular, a célula pode começar a se multiplicar descontroladamente, originando um câncer", explica.

O mecanismo produtor dessas moléculas mais reativas registrado pelo grupo de Baptista confirma o papel duplo desempenhado pela melanina: esse pigmento protege a pele dos danos causados por certos tipos de luz, mas facilita os provocados por outros.

(com Agência Fapesp)

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